domingo, 11 de novembro de 2012

Origens da Segunda Guerra Mundial - Parte IV

Agora é a vez da Polônia. Por quê?


Existe um corredor que isola a Prússia Oriental do resto da Alemanha.


Hitler dá a entender que sua honra não lhe permite deixar por mais tempo populações alemãs sob o domínio polonês.


A Polônia está decidida a se defender, mesmo só. Porque nesse corredor, a República polaca já havia construída várias coisas, dentre as quais, ferrovias e não queria perder isso.


O curioso é que a Polônia foi criada no ano de 1919, depois da Primeira Guerra e do Tratado de Versalhes. Por isso a encrenca em querer recuperar esse território vem desde o ano da criação do país.


A França e a Inglaterra já estavam fartas das promessas de Hitler e ofereceram garantias para Polônia, Romênia e à Grécia de proteção. Ou seja, se prepararam para guerra.


Tanto isso é verdade que a Grã-Bretanha adota a conscrição (serviços militares obrigatórios - conscrições são trabalhos requeridos por uma autoridade). Prova de determinação, mas não de eficácia.


França e Grã-Bretanha estão vários anos atrasadas em relação à Alemanha. Qual o plano deles então? Se aliar a URSS.


E lá vão nossos heróis para Moscou, conversar com Stalin quando, tandam, surpresa! Ele já tinha um pacto germano-soviético (Ribbentrop-Molotov).


O que diabos Stalin tá fazendo se aliando ao Hitler?


Talvez, primeiro: por causa do isolamento da Rússia na reunião de Munique, que decidiu o rumo de várias coisas relacionadas a Europa e principalmente a Tchecoslováquia.


Segundo: Stalin precisava ganhar tempo sem conflitos para construir melhor sua nação.


Terceiro: Um provável erro de Stalin: achava que a França era militarmente mais forte do que realmente era, daí para restabelecer o equilíbrio, aliou-se à Alemanha.


Esse acordo com eles previa uma não agressão entre esses países. 


Além de que a Alemanha e a Rússia dividiram a Polônia e partes de territórios próximos entre eles.


E a Rússia poderia declarar guerra à Finlândia.


A Finlândia declarou a independência da URSS em 1817, quando houve a revolução e se aproximou bastante da Alemanha. Ou seja, para os russos recuperarem a Finlândia novamente, precisavam da aceitação dos alemães para isso.


Muito bem, assim que a França e a Grã-Bretanha descobrem esse pacto secreto dos russos e alemães, eles percebem que a guerra é inevitável. Menos o Partido Comunista, que teimava em provar que se tratava de um gesto pacífico.


Foi no dia primeiro de Setembro de 1939 que a Alemanha invadiu a Polônia. Dois dias se passaram e a França e Grã-Bretanha declaram guerra.


Começou a Segunda Guerra Mundial, que vai durar até Abril 1945.

domingo, 4 de novembro de 2012

Origens da Segunda Guerra - Parte III

Chegou a vez da Tchecoslováquia.

Um país sólido. O único com instituições democráticas e que funcionavam corretamente;


Tinha uma economia ativa, uma burguesia numerosa, tradições democráticas, enfim, era um Estado próspero. Mas fraco...


Porque era multinacional: tinha duas nacionalidades majoritárias: os tchecos na Boêmia e os eslovacos. Além de várias minorias, dentre os quais 3 milhões de... alemães.


Isso vai chamar a atenção de Hitler.


Além disso, a Tchecoslováquia ocupava uma posição estratégica importantíssima - Bismarck dissera que "quem tivesse nas mãos o quadrilátero da Boêmia seria o senhor da Europa". 


Ela estava no coração do continente europeu. E mais do que isso, tinha uma posição diplomática decisiva, pois era aliada da França e da URSS.






Como que Hitler vai triunfar sobre eles?



Muito astuto, ele vai aproveitar essa minoria alemã e organizá-los num partido, com a intenção de desagregar a nação por dentro (afinal, ela é multinacional). E ele vai conseguir fazer isso, graças ao proselitismo.



A opinião pública ocidental está dividida sobre o que Hitler está planejando. Uns acham um abuso de poder, mas temem enfrentá-lo. Outros acreditam que ele só quer reunir todos os alemães e julgam-no sincero quando ele diz que depois de todos terem regressado a mãe-pátria, não terá mais reivindicações.



Ninguém toma partido. Afinal, até que ponto valerá a pena resistir por causa da Tchecoslováquia?

De maneira geral, duas inspirações pacifistas e opostas se conjugam:
1. O pacifismo de direita, ditado pela simpatia ideológica aos regimes autoritários.

2. O pacifismo de esquerda, socialista ou sindical, que considera a guerra o pior dos males e acha que a paz, seja qual for o seu preço, sempre vale mais que uma guerra.



A Grã-Bretanha tenta solucionar o caso, envia mendicadores que sugerem ao governo tcheco fazer concessões substanciais aos alemães e também conversa com Hitler, mas ele não para de  reivindicar coisas.



Tudo está indo de mal a pior, quando Mussolini se mete entre Hitler, a Grã-Bretanha e a França e propõe uma conferência entre os quatro, que vai acontecer em Munique, nos dias 29 e 30 de Setembro de 1938.



Mussolini, Hitler, Edouard Daladier e Arthur Neville Chamberlain



O interessante é que a Tchecoslováquia, a principal interessada, está ausente.


A União Soviética também está ausente e essa exclusão terá consequências pesadas na guerra, porque Stalin vai começar uma negociação secreta e direta com a Alemanha. Falamos disso depois.


Bom, nesse encontro a França e a Grã-Bretanha concedem a Hitler praticamente tudo o que ele pede.


Desmantela-se a Tchecoslováquia, Hitler toma parte do país e os alemães se reúnem ao Reich. A outra parte torna-se a Eslováquia, mas passa a ser governada por um fascista que apoia Hitler.


As democracias acabaram de perder um aliado na guerra. E outros aliados ficaram bem desanimados.


Todos chegam a conclusão de que vale mais a pena confabular diretamente com Hitler do que contar com a proteção aleatória das democracias incapazes de entender-se.


Munique foi o acontecimento mais importante desse período. Ele não pôs fim às incertezas da diplomacia ocidental, nem as divisões das opiniões públicas francesas e inglesas.


Alguns ministros se demitem, desaprovando a atitude de fraqueza. Outros aplaudem e dizem que Munique assegurou a paz por uma geração.


Hitler resolverá essa divisão seis meses depois, quando ele decide que no dia 15 de março de 1939 invadiria o resto da Tchecoslováquia, rasgando seus compromissos.


Temos uma grande Alemanha agora, constituída pela Alemanha, a Áustria, a Boêmia e a Morávia (que eram parte da Tchecoslováquia). Também a Eslováquia, que era fantoche da Alemanha.


No mês seguinte, Mussolini, com inveja das conquistas de Hitler, invade a Albânia.






Podemos considerar alguns fatores para ele ter escolhido a Albânia. Primeiro, a Itália já explorava os minerais que existiam por lá desde 1925, segundo alguns acordos.


Segundo, eles passaram a controlar a entrada do Mar Adriático.


Terceiro, agora tinham fronteiras com os balcãs... um ponto estratégico para guerra.


Bom, Hitler conseguiu muita coisa... mas já tinha outro país na mira.