domingo, 21 de outubro de 2012

Guerra da Coreia


Primeiro grande conflito após a segunda guerra mundial sob o signo da Guerra Fria.



Coreia está próxima da China, da Rússia e do Japão.


A fronteira entre as duas coreias é uma das regiões (se não a mais) mais militarizadas do planeta.
A coreia era um território chinês, agregado ao império chinês. Quando esse império entra em decadência, ele começa a perder partes de seu território.


A Indochina, por exemplo, foi incorporada pela França.


Bom, como o contexto era de Guerra Fria, acontecia o seguinte:


Para o governo soviético, esse momento pós-guerra era de reconstrução interna do país, de suas cidades e seu parque industrial. Mas para além de suas fronteiras, Stalin concentrava seus interesses na formação de um bloco de países aliados e afinados com os interesses russos.


Política e militarmente, a zona do leste europeu ficou sob a sua esfera de dominação.



Já os EUA pretendiam expandir comercialmente, vender seus produtos e fazer com que sua cultura penetrasse diferentes pontos do globo. Diferentemente dos soviéticos, os estadunidenses não precisavam reconstruir internamente suas cidades, nem investir pesado no parque industrial.
Por isso esse período pós-guerra foi uma época de ouro para os EUA.


Nessa Nova Ordem mundial, os EUA e a Rússia consolidavam seus domínios estabelecendo uma política diplomática de plena negociação por zonas no globo. A Coreia foi o melhor exemplo dessas negociações diplomáticas entre as duas superpotências.


Em 1945, antes do final da II Guerra, os líderes mundiais já se reuniam para decidir o futuro político da humanidade. Três deles em especial: Churchill, Truman e Stalin.




Esses caras sentaram numa mesa de reunião e fizeram um acordo, conhecido como Acordo de Potsdam. Dentre várias coisas, foi decidido que os soviéticos só poderiam ocupar o norte da Coréia.

Os soviéticos já estavam na Coréia porque estavam confrontando o Japão nessa guerra, que até então dominava a região (sua colônia desde 1910): eles exploravam ela economicamente, extraiam seus minérios e extraiam seus produtos agrícolas. Tudo em função de interesses econômicos, industriais e comerciais. 

O sul ficaria sob controle e jurisdição dos EUA.

Entre as duas potências foi criada uma linha imaginária (chamada de Paralelo 38) que passou a separar o país em duas partes. Hoje, essa linha não é mais imaginária e se tornou uma fronteira de fato.

Acontece que essa vergonhosa divisão e decisão sob um país não levou em consideração a participação e discussão dos líderes locais. Talvez essa foi a principal razão para o conflito militar que aconteceria.

Essa divisão, aliás, trouxe bastante frustração ao povo coreano e acirrou as disputas políticas no país. Por quê?

Porque até 1945 a Coréia era uma colônia do Japão, explorada. As péssimas condições de vida e as violentas repressões que viviam o povo coreano fez surgir grupos, movimentos de luta contra a dominação japonesa. Isso antes mesmo da II Guerra.

Esses movimentos de guerrilheiros, com inspiração marxista e que buscavam a independência eram respeitados entre os camponeses e trabalhadores. Muitos deles ajudaram na revolução chinesa de Mao Tse Tung, que se completou em 1949.

Ou seja, quando o Japão se rendeu no final da II Guerra, a expectativa do povo coreano em obter a sonhada independência foi muito grande. Mas de subto eles foram divididos por interesses maiores, capitalistas e socialistas.

Os capitalistas tiveram mais problemas, obviamente. No sul ninguém queria apoiar o exército estadunidense. Não havia funcionários leais a eles, tanto é que o governo do sul empregou japoneses na nova administração, resultando em mais ódio do povo coreano.

O exército americano continuou a caçar e marginalizar esses grupos que queriam a independência – claro, eles tinham propostas comunistas. Fechavam seus sindicatos. Prendiam, torturavam seus líderes políticos. Isso contribuía para o aumento da tensão.

Houve greve por todo país, passeatas e todo tipo de revolta por conta desse “sentimento de continuísmo” que os EUA impuseram ao povo do sul.

Tanto isso foi problemático que os EUA, como um país democrático, optou por não liberar a democracia na Coréia do Sul, porque se isso acontecesse, eles sabiam, o mais votado não seria alguém de interesse do próprio EUA. Então eles mantinham como presidente um libera conservador, chamando Syngman Ree, que foi muito impopular.

Em 1949 o governo de Ree mantinha em cárcere 36 mil prisioneiros políticos e um saldo de mortes de mais de 100 mil pessoas.

E a Coreia do Norte?

Lá a situação era oposta. O líder nomeado pelos soviéticos para ficar no Norte foi Kim II Sung.
Esse presidente, logo de cara lançou programas comunistas de governo: reforma agrária das grandes propriedades, estatização do sistema financeiro e industrial. Lançou programas sociais pra combater o analfabetismo, a fome, etc.

Ou seja, Kim era popular... tanto no Norte como no Sul. E ele tinha uma ambição política: unir as duas coreias novamente.

Por isso ele promovia o contrabando de armas para os guerrilheiros comunistas da Coréia do Norte, para enfrentar o governo estadunidense.

Mas foi só em 1950 que o exército de Kim ultrapassou o paralelo 38 e em poucos dias, muito bem armados pelo governo soviético, já tinham 80% do território coreano em mãos.

Truman, então, autorizou a vinda de soldados americanos para o país e a ONU, claro, colaborou com ele, também enviando tropas.

Foi uma guerra em que as novas armas, canhões, tanques e principalmente caças de guerra foram testados regularmente em combates.

Bom, em principio essa Guerra da Coreia se concentrou exclusivamente na expulsão das tropas norte-coreanas do território sul-coreano, mas conforme eles vinham tendo sucessivas vitorias, os planos de Truman passaram a ser mais ambiciosos e ele convenceu ao Conselho das Nações Unidos votarem uma resolução para invadir a Coreia do Norte e unificá-la ao Sul.


Adivinha? Foi aprovado. Exército americano então ultrapassa o paralelo 38, com uma força de 70 mil soldados de seu país, mais 30 mil soldados de diferentes países e tomaram Pyongyang, a capital da Coreia do Norte.

Acontece que os EUA não contavam com uma coisa. O norte da coreia era socialista. Assim como o pais fronteiriço deles: a China.

Os chineses organizaram um ataque as tropas americanas, viajaram a pé para não serem notados e passaram a atacar em todos os flancos, causando a perda de milhares de soldados americanos.

Foi tão desesperador que Truman pensou em soltar mais uma bomba atômica entre a Coreia do Norte e a China. Os ingleses e franceses não apoiavam, principalmente porque a Rússia poderia lançar sua bomba sofre a Europa também.

Essa crise só começou a ser resolvida no ano seguinte, em 51, com confrontos menores entre chineses e amricanos.

O candidato a presidente do EUA, Eisenhower prometeu em sua campanha o fim do conflito. Dois meses após sua posse, foi assinado o termo de armistício, em 1953.

Tudo voltou ao paralelo 38 e é assim até hoje. O saldo de mortes chegou a mais de 4 milhões de pessoas.

Até hoje as Coreias buscam a unificação, para prosperarem, mas nenhuma pretende ceder politicamente e a Guerra ainda é iminente.

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