quinta-feira, 12 de julho de 2012

Causas para Revolução Francesa


Principais causas da Revolução

O absolutismo de Luís XVI (1774-1792) era baseado na teoria do direito divino dos reis: governava sem nenhum empecilho à sua autoridade.



As finanças do Estado confundiam-se com as do rei, com a desordem administrativa, os gastos monumentais com a manutenção da luxuosa corte de Versalhes e os enormes custos das diversas guerras dos Bourbons levaram a França a uma insolúvel crise financeira.



Quais guerras? A famosa Guerra dos Sete Anos (1756-1763) – que a França e a Inglaterra travaram, disputando o território norte-americano, em que a França perdeu - e a da Independência dos Estados Unidos (1776-1781) – em que a França, que perdeu, se vingou da Inglaterra ajudando as pessoas dos Estados Unidos se tornarem independentes.



Com esses problemas, o Estado impunha tributos, adotava medidas fiscais e comerciais, e buscava receita orçamentária em tudo, prejudicando os negócios dos grupos capitalistas da França – os burgueses.



Em meio a esse quadro, em 1786 a França estava desesperada e acabou assinando com a Inglaterra um tratado. Nesse tratado, a França poderia vender todo vinho que tinha pra Inglaterra pagando baixíssimas taxas alfandegárias... mas a Inglaterra poderia fazer o mesmo, vendendo tecidos para França.



Isso enfureceu os ânimos dos burgueses que cuidavam de indústrias manufatureiras, porque agora teriam que competir com o mercado externo. Perdiam lucros. Fora os impostos, proibições e regulamentos do Estado absoluto, que atrapalhava a ascensão economia da burguesia.



Embora o papel econômico da burguesia fosse essencial para o Estado, ela não tinha influencia política e era marginalizada socialmente.



A sociedade francesa desse período era estamental. Dividida em camadas.
Dizemos que havia o primeiro, o segundo e o terceiro estado.
No terceiro estava o povo, que sustentava as outras duas camadas com tributos. Eram os burgueses (banqueiros, industriais, comerciantes, profissionais liberais, funcionários públicos ou mesmo pequenos comerciantes); camadas populares (artesãos, operários, camponeses, servos, etc). A maioria da população fazia parte do terceiro estado – mais ou menos 25 milhões de pessoas.



O segundo estado era composto pela nobreza, que tinham vários privilégios judiciários e fiscais. Havia a nobreza de sangue, composta por nobres de origem feudal, aristocrática e a nobreza de toga, que era composta por pessoas que obtiveram o título de nobreza por compra ou mérito.



Já no primeiro estado estava o clero, dividido em alto clero (os cardeais, bispos, arcebispos, todos de origem nobre) e o baixo clero (padres, frades, de origem pobre). Estavam isentos de qualquer tributação.



Essa situação estamental era denunciada pelos filósofos iluministas, os “filósofos da razão”, que mostravam que essa estrutura sociopolítica não ajudaria nunca a economia e o iluminismo acabou se tornando bandeira ideológica para Revolução que viria a seguir.



O início da Revolução


Então, a partir de 1786, com a concorrência dos produtos industriais ingleses (têxteis e metalúrgicos), surgiu uma onda de falências, acompanhada de desemprego e queda de salários, arruinando o comércio nacional.



Se levarmos em consideração os aspectos naturais, os fenômenos climáticos (secas e inundações) que eles sofreram, perceberíamos que a coisa não ia nada bem.



Os produtos subiram seus preços por conta da pouca produtividade e começou uma insatisfação geral.



Aí umas coisas interessantes começaram a acontecer: políticos, ministros, começaram a propor projetos reformistas para França, que eram barrados pela aristocracia. Por exemplo, Charles Alexandre de Calonne convocou a Assembléia dos Notáveis – havia também a Assembléia dos Comuns, para o resto da população - e propôs a redução de alguns privilégios da nobreza e do clero e defendeu que todos deveriam contribuir no pagamento de impostos.


Resultado? Ninguém aceitou e ele acabou caindo fora da política (demitiu-se ou o demitiram).



A miséria e fome se alastravam pela França, enquanto a nobreza, que contava com cerca de quatrocentos mil privilegiados, negava-se a admitir qualquer mudança, formando uma espécie de “reação feudal” – não iriam abdicar de elementos feudais em sua política. Eles não desejavam revolucionar a ordem vigente, e sim sobreviver a ela.



Foi quando um cara chamado Necker tornou-se ministro das finanças, no lugar do Calonne e se tornou ministro das finanças. Ele, então, convence o rei a convocar os Estados Gerais.



A Assembléia dos Estados Gerais não era convocada desde 1614. E estamos, agora, estudando o ano de 1786. Nessa assembléia eles reuniram o primeiro, o segundo e o terceiro estado.

Aí o bicho vai pegar.

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