Fenícios eram povos de origem semita (ou seja, mesma origem cultural dos árabes e dos hebreus.
A Fenícia localizava-se na região do Líbano atual e lá não havia muita terra apropriada para agricultura.
Devido a isso, eles foram obrigados a dedicar-se predominantemente às atividades marítimas.
As Cidades-Estado da Fenícia
No estreito litoral da Fenícia surgiram várias cidades: Ugarit, Arad, Biblos, Sidon e Tiro.
Eram cidades independentes. Cidades-Estados.
O poder político era quase sempre exercido por um rei, assistido por um conselho de anciãos ou de magistrados escolhidos entre os grandes comerciantes e alguns proprietários agrícolas.
Desse modo, o governo da cidade era controlado diretamente pela oligarquia de comerciantes e proprietários. Por isso nós dizemos que o sistema político dos fenícios era a Talassocracia.
Talasso - Mar / Cracia - Poder
Para os fenícios, o comércio marítimo e a pirataria eram a mesma coisa. Eles frequentemente raptavam e aprisionavam seus fregueses, além de crianças e mulheres e depois os vendiam como escravos. Portanto, praticavam a escravidão.
Religião
Seus cultos religiosos eram realizados ao ar livre, em lugares elevados, como no alto das colinas. Praticavam magia e faziam sacrifícios de animais e até mesmo de seres humanos.
Cada cidade tinha seu deus protetor - Baal - ou deusa protetora - Baalat.
Baal simbolizava a chuva e a tempestade. Baalat era deusa do mar, filha da Baal.
Adônis - representava o renascimento periódico da vegetação;
Melkart - era o deus patrono da cidade de Tiro.
Eshmun era o deus da cidade de Sídon, deus da cura.
Entre outros...
Os fenícios eram, portanto, politeístas.
História
Os interesses políticos e econômicos particulares dos governos das cidades impediram que os fenícios formasse um Estado Unificado.
As cidades fenícias preferiam aliar-se a Estados mais fortes, como o Egito, dos quais se consideravam subordinados.
As pessoas da cidade de Biblos trocavam muitos produtos com os egipcios: vendiam cedro (madeira) e compravam papiro (planta usada para escrita) - retiravam parte interna do caule, cortava fininho e depois a prensava.
Mas a cidade mais importante era Ugarit, frequentada também pelos cretenses; ela foi tomada pelos hititas em 1400 a.C, e então Sidon se tornou a mais poderosa economicamente durante mais 300 anos, quando foi dominada pelos filisteus (povo que habitava Canaã - segundo a Bíblia, eles fazem parte da linhagem de Cam, filho de Noé e portanto não se tratava de um povo semita, mas a hipótese mais aceita é que se trata de um povo indo-europeu que conviveu durante séculos com os semitas na região conhecida hoje como Palestina).
Tiro tornou-se a mais poderosa cidade da Fenícia então. No século X, fenícios e egípcios estavam em decadência, o que colaborou para que Tiro expandisse seu poder marítimo, que se aliaram aos hebreus, fornecendo-lhes madeira para a construção do Templo de Jerusalém.
Mas aí os Gregos começaram a dominar o mar mediterrâneo e começaram a excluir nossos amigos do lado oriental do Mar. Então eles correram tentar dominar partes ocidentais do Mar e fundaram entre outras pequenas colônicas, Cartago (que é muito importante porque quase destruíram os romanos!)
Daí foi só desgraça pra eles: as outras cidades foram anexadas pelos assírios. Depois subjugadas pelo Segundo Império Babilônico (vamos estudá-los também) e só sobrou Tiro mesmo, sem poder comercializar muito.
Então os fenícios de Tiro se aliaram aos Persas (foram dominados por eles, na verdade), fizeram parte de seus exércitos e passaram pra eles todo conhecimento náutico que tinham.
Em 332 a.C eles terminariam na mão de Alexandre Magno. Só Cartago sobreviveu... por enquanto.
Legado
A principal contribuição dos fenícios para História da humanidade está na invenção do alfabeto.
Por necessidade prática, os fenícios criaram sinais para representar os sons das palavras: 22 sinais gráficos correspondiam a sons de consoantes.
Foi adotado pelos arameus (habitantes da mesopotâmia, que falam aramaico) e pelos judeus. Mais tarde, completado pelas vogais, tornou-se o alfabeto dos gregos.
Os comerciantes marítimos acabaram divulgando essa invenção para as outras civilizações.