domingo, 26 de agosto de 2012

Os Fenícios



Fenícios eram povos de origem semita (ou seja, mesma origem cultural dos árabes e dos hebreus.

A Fenícia localizava-se na região do Líbano atual e lá não havia muita terra apropriada para agricultura. 

Devido a isso, eles foram obrigados a dedicar-se predominantemente às atividades marítimas.

As Cidades-Estado da Fenícia

No estreito litoral da Fenícia surgiram várias cidades: Ugarit, Arad, Biblos, Sidon e Tiro.

Eram cidades independentes. Cidades-Estados.

O poder político era quase sempre exercido por um rei, assistido por um conselho de anciãos ou de magistrados escolhidos entre os grandes comerciantes e alguns proprietários agrícolas.

Desse modo, o governo da cidade era controlado diretamente pela oligarquia de comerciantes e proprietários. Por isso nós dizemos que o sistema político dos fenícios era a Talassocracia.

Talasso - Mar / Cracia - Poder

Para os fenícios, o comércio marítimo e a pirataria eram a mesma coisa. Eles frequentemente raptavam e aprisionavam seus fregueses, além de crianças e mulheres e depois os vendiam como escravos. Portanto, praticavam a escravidão.

Religião

Seus cultos religiosos eram realizados ao ar livre, em lugares elevados, como no alto das colinas. Praticavam magia e faziam sacrifícios de animais e até mesmo de seres humanos. 

Cada cidade tinha seu deus protetor - Baal - ou deusa protetora - Baalat.

Baal simbolizava a chuva e a tempestade. Baalat era deusa do mar, filha da Baal.
Adônis - representava o renascimento periódico da vegetação;
Melkart - era o deus patrono da cidade de Tiro.
Eshmun era o deus da cidade de Sídon, deus da cura.
Entre outros...

Os fenícios eram, portanto, politeístas.

História

Os interesses políticos e econômicos particulares dos governos das cidades impediram que os fenícios formasse um Estado Unificado.

As cidades fenícias preferiam aliar-se a Estados mais fortes, como o Egito, dos quais se consideravam subordinados.

As pessoas da cidade de Biblos trocavam muitos produtos com os egipcios: vendiam cedro (madeira) e compravam papiro (planta usada para escrita) - retiravam parte interna do caule, cortava fininho e depois a prensava.



Mas a cidade mais importante era Ugarit, frequentada também pelos cretenses; ela foi tomada pelos hititas em 1400 a.C, e então Sidon se tornou a mais poderosa economicamente durante mais 300 anos, quando foi dominada pelos filisteus (povo que habitava Canaã - segundo a Bíblia, eles fazem parte da linhagem de Cam, filho de Noé e portanto não se tratava de um povo semita, mas a hipótese mais aceita é que se trata de um povo indo-europeu que conviveu durante séculos com os semitas na região conhecida hoje como Palestina).

Tiro tornou-se a mais poderosa cidade da Fenícia então. No século X, fenícios e egípcios estavam em decadência, o que colaborou para que Tiro expandisse seu poder marítimo, que se aliaram aos hebreus, fornecendo-lhes madeira para a construção do Templo de Jerusalém.

Mas aí os Gregos começaram a dominar o mar mediterrâneo e começaram a excluir nossos amigos do lado oriental do Mar. Então eles correram tentar dominar partes ocidentais do Mar e fundaram entre outras pequenas colônicas, Cartago (que é muito importante porque quase destruíram os romanos!)

Daí foi só desgraça pra eles: as outras cidades foram anexadas pelos assírios. Depois subjugadas pelo Segundo Império Babilônico (vamos estudá-los também) e só sobrou Tiro mesmo, sem poder comercializar muito.

Então os fenícios de Tiro se aliaram aos Persas (foram dominados por eles, na verdade), fizeram parte de seus exércitos e passaram pra eles todo conhecimento náutico que tinham.

Em 332 a.C eles terminariam na mão de Alexandre Magno. Só Cartago sobreviveu... por enquanto.

Legado

A principal contribuição dos fenícios para História da humanidade está na invenção do alfabeto.

Por necessidade prática, os fenícios criaram sinais para representar os sons das palavras: 22 sinais gráficos correspondiam a sons de consoantes.

Foi adotado pelos arameus (habitantes da mesopotâmia, que falam aramaico) e pelos judeus. Mais tarde, completado pelas vogais, tornou-se o alfabeto dos gregos.

Os comerciantes marítimos acabaram divulgando essa invenção para as outras civilizações.

domingo, 19 de agosto de 2012

Egito Antigo (Novo Império) - Parte IV (Final)

Novo Império (1580 a.C. - 525 a.C.)

A dominação dos hicsos uniu os egípcios despertando um forte sentimento militarista entre eles.

Sob a liderança de Amósis I, após vários confrontos, conseguiram expulsar os invasores, em 1580, dando início ao período conhecido como Novo Império.

Conforme os confrontos aconteciam, os egípcios passaram a desconfiar de todo e qualquer povo dentro de suas fronteiras e os hebreus, de origem asiática, acabaram sendo dominados e escravizados.

O Novo Império ampliou suas fronteiras e destacaram-se os faraós Tutmés III e Ramsés II, bem como o reformador religioso Amenófis IV.

O que fez cada um?

Tutmés (1480 a.C. - 1448 a.C.) expandiu as fronteiras, subjugando os sírios, os fenícios e outros povos. Foi ele quem tornou o Egito o primeiro Império Mundial.


Já Amenófis IV (1377 a.C - 1358 a.C), conhecido como o "rei herético", procedeu uma revolução religiosa! Ele quis pôr fim ao culto politeísta.

O Egito tinha várias divindades (Amon-Ra, o sol, era a mais importante) e os sacerdotes tinham muitos privilégios na sociedade. Amenófis achava isso ultrapassado.

Amenófis achava que esses privilégios (riquezas e direitos políticos) estavam grandes demais e poderiam ameaçar a autoridade do governo central.

A ideia era mudar esse quadro. Como?

Estabelecendo um culto monoteísta a Aton, o círculo solar. Confiscando bens dos sacerdotes e excluindo ou inferiorizando os demais deuses.

Amenófis, na realidade se escreve "Amen-hotep", que significa "Amon está satisfeito".

Ele mudou para Akehanton, "Ech-n-Aton", que significa "Aquele que agrada a Aton".

Fundou uma nova capital, "Akhetaton", que significa "horizonte do disco solar", situado a alguns quilômetros da velha capital, que era Tebas.

O faraó se casou várias vezes para ter um herdeiro, mas não conseguiu. Sua esposa, Nefertiti deu-lhe várias filhas, mas nenhum homem. E mesmo suas filhas não lhe deram filho algum.

Aproveitando-se dessa fragilidade, os sacerdotes expulsaram Amenófiz IV do trono, já que ele não deixava nenhum varão para garantir a sucessão no poder.

Assim, os privilégios voltaram para as mãos dos sacerdotes e o culto politeísta tradicional retornou. Os sacerdotes outorgaram o direito de governar para Tutankhamon ("aquele que vive em Amon"), genro de Amenófis. Anulou-se a revolução religiosa, então.

Sobre o governo dele, não sabemos apenas que existiu, morreu (em 1352 a.C. aos 19 anos) e foi enterrado. Ainda assim trata-se do faraó mais famoso do Egito, porque descobriram sua tumba quase intacta em 1922 e isso lhe deu renome mundial. Cheia de ornamentos típicos do período do novo império e mobiliários.

Aí vai um dado curioso: a esposa de Tuntankhamon, Ankesenamon, sabia que seria expulsa do trono se não arranjasse um substituto para se tornar faraó. Ela, então, pediu ao rei dos hititas que a mandassem um de seus filhos para ser faraó no Egito. No caminho, porém, o filho enviado foi assassinado e desde então o Egito e os hititas tornaram-se inimigos durante muitos e muitos anos. Já ela, a rainha, desapareceu.

Já Ramsés II governou entre 1292 a.C - 1225 a.C.. Ele enfrentou e venceu vários povos asiáticos, como os hititas, que resultou num acordo de paz depois de 15 anos de guerra. O acordo de paz mais antigo conhecido na História.

Ramsés reinou por mais de 70 anos, teve 59 filhas e 79 filhos.

Mais do que conquista militares, também houveram manifestações culturais importantes no período, como a construção dos templos de Karnac e Luxor.

Karnak

Luxor


Após Ramsés II, foram poucos os períodos de estabilidade e unidade sob o comando do governo central e daí a civilização egípcia começou a entrar em decadência.

Muitas disputas políticas que envolviam as autoridades sacerdotais, que ignoravam o poder do faraó;

O exército era formado em grande parte por mercenários estrangeiros, acabou dispersado por interesses  diferentes do governo - desprotegido militarmente o Egito passou a perder seus domínios;

Após 1100 a.C., o Egito voltou a se dividir, passando a ter governantes autônomos e rivais no Alto e no Baixo Egito.

Aí se tornaram presa fácil para civilizações inimigas vizinhas, como os assírios, que em 662 a.C., sob o comando de Assurbanipal, conquistaram a região.

O faraó, que à época era o Psamético I (655 a.C - 610 a.C) resistiu ao máximo e até recebeu uma libertação da nação e teve a chance de recuperar a economia e a cultura do Egito. 

Mas esse período "tranquilo" não durou muito tempo. Em 525 a.C., os persas, comandados pelo rei Cambises, conquistaram o Egito na batalha de Pelusa, destronando o faraó Psamético III.

O Egito se tornou uma província do império Persa e mais tarde, parte de seu território foi dominada pelos gregos, macedônios, romanos, árabes, tucos e ingleses.

Só recuperaram sua autonomia política no século XX. Durante esse intervalo de tempo, o cristianismo e o islamismo penetrou a região e demoliu a antiga cultura egípcia. O que sobrou foram as pirâmides, alguns templos e pouca coisa de sua língua. Nesse último caso, graças ao culto da igreja cristã do Egito (Igreja Copta - diferente da católica romana ou ortodoxa grega).

O Egito desenvolveu três tipos de escrita: hieroglífica (inventada no período pré-dinástico); hierática, usada para documentos; e a demótica, que é a popular, nascida bem mais tarde.






Crise de 1929

Terminada a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos se transformaram no dínamo do capitalismo mundial:

de maior devedor (3 bilhões de dólares) o país passou à invejável posição de maior credor mundial (11 bilhões de dólares).

Mais que isso, os EUA produziam mais de um terço da produção industrial mundial e, em 1929, passaram a mais de 42% da produção mundial total.

Muita gente imigrava pra lá! Muita mesmo!

Mas esse tempo incrível, de riqueza, maravilhoso, gerou algumas contradições fulminantes que vão culminar no surgimento de governos ditatoriais, como foi o de Hitler, na Alemanha.

Antecedentes da Crise

Nos EUA, quem governava há vários anos era o Partido Republicano, defensores do isolacionismo e do liberalismo econômico.

Que isso?

O isolacionismo amparava-se na Doutrina Monroe - "A América para os americanos" - e, consequentemente, desdobrava-se em "a Europa para os europeus". 

Depois da guerra os europeus se organizaram para se erguerem novamente e os EUA não participaram do assunto, da Liga das Nações, por escolha própria. Por conta dessa doutrina.

Essa Liga das Nações não vai dar certo e vai culminar na edificação dos Estados totalitários nazi-fascistas.

Enquanto isso, na outra ponta do isolacionismo, os Estados Unidos baixaram diversas leis restringindo a entrada de estrangeiros no país.

Já o liberalismo tem a ver com o Estado não se intrometer na economia, não impor taxas e coisa do tipo. Deixar que tudo siga "naturalmente".

A lógica é a seguinte: 
o comércio livre (sem taxas) fazia o mercado expandir-se (para vários lugares);
com a expansão do mercado, aumentava a divisão do trabalho (especialidades para produção);
que por sua vez levava ao aumento da produtividade (produção mais rápida) e,
consequentemente, ao aumento da produção (mais produtos).
Resultado final: mais riquezas.

Nada disso vai dar certo. Vamos entender.

Contradições do Capitalismo

A Europa estava destruída e precisava se reconstruir.

O sistema capitalista está totalmente voltado para o lucro crescente.

O capitalista depende da venda da produção que lhe proporciona esse lucro.

Assim, a circulação das mercadorias (as vendas) faz o capital investido na produção dessas mercadorias retornar novamente às mãos do capitalista acrescido de lucro.

Como isso acontece?

O capital divide-se em duas partes:
1. Capital variável, investido na compra da força de trabalho através do pagamento de salários.
2. Capital constante, investido na compra de máquinas, equipamentos, matéria-primas.

O capitalista sempre vai querer produzir mais para lucrar mais, então aplica a maior parte de seu capital na compra de equipamentos melhores para isso, ou seja, no capital constante.

Quanto mais moderna são as máquinas, mais trabalhadores ele pode dispensar.

Ou seja: a aplicação no capital variável tende a diminuir na medida em que o capitalista investe no capital constante.

Atenção: O lucro do capitalista está na diferença entre o que o trabalhador recebe de salários e o valor da mercadoria que ele produz.

O lucro é gerado no capital variável, porque é a partir daí que se transferem valor ao produto;
máquinas e equipamentos não transferem valor ao produto.

Se funciona desse jeito, temos uma contradição: sempre haverá uma tendência para queda da taxa de lucros do capitalista.

VEJA: Se é preciso produzir incessantemente e despejar no mercado quantidades cada vez maiores de mercadoria, o tamanho do mercado deve acompanhar esse ritmo na mesma proporção.

Isso não acontece, porque o número de desempregado é cada vez maior.

Chega um momento que o capitalista não consegue vender seu produto com o mesmo lucro. Que passa a reduzir investimentos e dispensar mão-de-obra.

Vamos ver como isso aconteceu nos EUA

Os Estados Unidos seguiam os moldes liberais. Havia grandes capitalistas e empresas gigantescas, aliadas aos bancos.

Para diminuir os custos da produção e o aumento delas, essas empresas investiram pesado em tecnologia. Produzia-se mais, com menos. 

Isso significou também a demissão de trabalhadores, que não poderiam comprar mais nada.

Aí houve uma concentração de renda (muita gente pobre e pouca gente rica), mas não adiantava o capitalista investir mais em sua produção, porque esta já estava em excesso.

Aí o capital era empregado em mera especulação, afastando-se da realidade econômica. (As pessoas achavam que a empresa estava lucrando muito e crescendo, quando na verdade ela estava lucrando, mas não crescia nem produzia nada além do que já produzia, porque não tinha como investir mais).

Ou seja, a Bolsa de Valores tornou-se o lugar para esse jogo especulativo: da noite para o dia grandes lucros eram incorporados sem passarem pelo processo de produção.

VEJA: Os EUA estava investindo na Europa, que estava arruinada. Eles emprestavam dinheiro aos europeus para que eles comprassem produtos, com dólar americano, das próprias indústrias americanas.

Ou seja, o EUA enriquecia muito com a grana da Europa no plano externo.

No plano interno, os trabalhadores consumiam cada vez menos, porque estavam ficando desempregados, mas os bancos criaram a vendas a crédito. Ou seja, comprar coisas sem dinheiro!

Isso tudo deu muita ilusão de prosperidade aos americanos. Mas aí o bicho vai pegar.

A partir de 1925, a Europa já tava praticamente reconstruída. Suas casas, empresas, bancos, etc. Retomaram a produção e passaram a necessitar menos do EUA.

Enquanto no próprio EUA, o poder de compra dos trabalhadores, que era mascarado pelo crédito, continuava comprometido.

Acontece que os empresários continuavam a produzir mais e mais produtos, o que levou à queda de preços. Muitos produtos, poucos compradores.

Os estoques se acumularam. Os créditos se expandiram, mas ninguém tinha dinheiro. A especulação na Bolsa de Valores não correspondia a realidade: achava-se que as empresas estavam crescendo, quando na verdade não estavam nem lucrando mais (já que pararam de vender).

Aí aconteceu o Crash da Bolsa - 25 de outubro de 1929.

Quando as pessoas perceberam o que aquilo estava se tornando, decidiram vender suas ações, todos juntos, desesperados. Consequência? Elas perderam o valor.

Todo o estoque das empresas caíram para preços irrisórios, já que ninguém tinha grana pra comprar nada.

Como elas compravam? Com créditos do banco, mas eles tiveram que suspender esse crédito... afinal, as pessoas não teriam dinheiro para pagar essas dívidas também.

A solução que as empresas e os governos encontraram para o momento era destruir a produção: nos EUA milhares de carros novos terminaram transformados em sucata; na França, o trigo foi inutilizado e no Brasil o governo de Getúlio Vargas comprava o café e queimava.

A parte curiosa e singular: trava-se de uma crise de abundância, não de escassez. Por isso levou a queda de preços dos produtos.

As empresas tinham que se policiar e produzir menos, ou seja, precisavam de menos trabalhadores. Mais eram demitidos.

Quanto mais trabalhadores eram demitidos, menos haviam pessoas comprando coisas, afinal, não tinha salários.

Então diminuía-se mais a atividade produtiva; demitia-se mais; diminuía-se mais, demitia-se mais. Entrou-se no "ciclo infernal" da crise.

Em 1930, haviam 3 milhões de desempregados; dois anos depois haviam 11 milhões.

Como o governo dos EUA (presidente Hoover) era liberal, para ele "a crise era passageira" e não fez nada muito efetivo para pará-la. Isso fez com que essa crise se espalhasse para outros países.

Só um país se safou dessa crise. Adivinha? URSS.




domingo, 12 de agosto de 2012

Alta Idade Média - O Império Bizantino

Havia uma antiga colônia grega chamada de Bizâncio. Lá, um homem chamado Constantino, que era imperador de Roma, fundou a cidade de Constantinopla (hoje Istambul), no ano de 330.

Ficava entre a Europa e a Ásia, protegida por altas muralhas e cercada pelas águas do Mar Egeu e Mar Negro.



Por conta dessa localização, a cidade se tornou uma capital ideal. Pq?
Para evitar perigos de guerra. E graças a isso a cidade durou por mais de mil anos, até 1453, quando foi destruída pelos poderosos canhões de Maomé II, construído por engenheiros saxões.

Apesar da onda de bárbaros que assolavam o Império Romano, Constantinopla sobreviveu e representava a síntese do mundo greco-romano e do mundo oriental.

Este lugar seria o Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino.

O Governo de Justiniano

Esse Império atingiu seu máximo esplendor durando o governo do Imperador Justiniano (527-565).

Seu pai, Justino, era general em Constantinopla e através de um golpe militar assumiu o trono. Quando morreu, passou para seu filho, Justiniano.

O que ele fez?

Quando se tornou imperador, ele iniciou sua carreira de legislador e encarregou uma comissão para elaborar livros sobre Direito Romano e leis, que foram reunidas numa obra chamada Corpo do Direito Civil.

Além de legislar, Justiniano também era teólogo.

Muito interessado com os problemas religiosos do seu tempo, procurou unir o mundo oriental e ocidental através da religião. Para isso, ele governou como representante de Deus.

Com a predominância da população grega e asiática em Constantinopla, a religião em bizâncio começou a ficar um pouco diferente da Igreja Católica do Ocidente. Até o Latim foi abandonado, em troca do Grego.

Em alguns lugares do Império Bizantino se assumiu doutrinas consideradas heréticas pelo ocidente, como as dos monofisistas e dos iconoclastas.

Monofisitas: cujos adeptos defendiam que Cristo possuía apenas uma natureza divina, não possuindo natureza humana. Negavam a santíssima trindade.

Iconoclastas: cujos adeptos empenhavam-se em destruir imagens (ícones).

Por isso, os imperadores bizantinos tinham que adotar uma política de intervenção nos assuntos eclesiásticos para que a coisa não saísse do controle.

Isso se chama cesaropapismo: a supremacia do imperador sobre a Igreja.

Mais tarde, essas profundas divergências entre o cristianismo ocidental, orientado pelo papa, e o cristianismo peculiar do Oriente, cujo maior expoente era o patriarca de Constantinopla, culminaram no rompimento da Igreja Bizantina com a Igreja de Roma. 

Surgiu assim a Igreja Ortodoxa Grega, subordinada ao Patriarca de Constantinopla, e a Igreja Católica Apostólica Romana, dirigida pelo Papa. Esse acontecimento ficou conhecido como Cisma do Oriente, em 1054.

Além disso, Justiniano estabeleceu paz com seus inimigos fronteiriços, como os Persas, por meio de acordos. Daí voltou seu exército para o Ocidente, para retomá-lo.

Mas eles se deparariam, nos anos posteriores ao governo de Justiniano, a um grupo que também estava avançando em direção ao Ocidente: os árabes.

domingo, 5 de agosto de 2012

Macedônia - Parte I

Os macedônios habitavam o norte da Grécia e eram considerados bárbaros pelos gregos.

Estavam rodeados de outros povos humanos que os ameaçavam.



Uma nobreza territorial concentrava o poder e dominava a organização política da Macedônia.

Sua economia era essencialmente agrária e atrasada. Não tinham saída para o mar, o comércio era fraco. Eles usavam os portos gregos para repassar suas produções.


A organização da Macedônia por Filipe II

Interessa-nos o período em que Filipe II governou. Antes disso, porém, ele viveu em Tebas. Tinha ido pra lá por conta de uma promessa de ajuda militar feita aos tebanos pelos macedônios durante o período em que Tebas estava no auge.

Nesse período que ele ficou por lá, ele aprendeu sobre a vulnerabilidade dos Estados gregos, enfraquecidos pelas guerras e percebeu a melhor maneira de conquistá-los.

Aprendeu sobre o exército tebano, sobre suas armas (as longas lanças de madeira introduzidas pelo estrategista Epaminondas), etc.

Em 356 a.C, Filipe II assumiu pessoalmente o poder da Macedônia.

Sua primeira medida foi confiscar as terras dos grandes nobres e distribuí-las entre os milhares de camponeses.

Ganhou apoio dos camponeses - que foram incorporados ao exército, armados de escudos e grandes lanças - e diminuiu o poder da nobreza.

Em um lugar conhecido como Monte Pangeu, foram encontradas minas de ouro, que ajudou a política de expansão territorial que o Filipe queria começar.

Dominou vários territórios (colonias) que pertenciam à Atenas.

Filipe era um grande diplomata e ia ganhando adeptos sutilmente. Apenas um homem, chamado Demóstenes, alertava as pessoas de que os macedônios não eram confiáveis. Ele fazia discursos na Eclésia de Atenas para alertá-los. Esses discursos ficaram conhecidos como Filípicas.

Acontece que quando os atenienses tomaram consciência do perigo anunciado por Demóstenes, já era tarde demais.

Na Batalha de Queronéia, em 338 a.C., os exércitos macedônios derrotavam atenienses e tebanos; para em seguida tomar toda Grécia.

Muito esperto, ao invés de forçá-los a obedecer a macedônia como Filipe queria, ele respeitou a autonomia de cada Estado e preservou suas instituições.

Assim, ele reivindicava o direito de chefiá-los e, melhor, de organizá-los para enfrentarem os persas. Chegou a se tornar líder de uma liga militar - a Liga de Corinto.

Sob o comando de Parmênion (um general macedônio), gregos e macedônicos marchavam em direção a Ásia quando...

...a filha do Filipe II estava se casando e um aristocrata, furioso com Filipe II por conta de ofensas, o apunhalou e assassinou!

Quem foi o mandante do crime? Os nobres que haviam perdido o poder? As cidades gregas que queriam recuperar a independência? Alexandre, seu filho, para que pudesse subir ao trono? Ainda não sabemos ao certo.

Sabemos, porém... que Alexandre Magno tornou-se o rei da Macedônia. E sabemos também que foi um dos maiores líderes que a humanidade já conheceu!