A dominação dos hicsos uniu os egípcios despertando um forte sentimento militarista entre eles.
Sob a liderança de Amósis I, após vários confrontos, conseguiram expulsar os invasores, em 1580, dando início ao período conhecido como Novo Império.
Conforme os confrontos aconteciam, os egípcios passaram a desconfiar de todo e qualquer povo dentro de suas fronteiras e os hebreus, de origem asiática, acabaram sendo dominados e escravizados.
O Novo Império ampliou suas fronteiras e destacaram-se os faraós Tutmés III e Ramsés II, bem como o reformador religioso Amenófis IV.
O que fez cada um?
Tutmés (1480 a.C. - 1448 a.C.) expandiu as fronteiras, subjugando os sírios, os fenícios e outros povos. Foi ele quem tornou o Egito o primeiro Império Mundial.
Já Amenófis IV (1377 a.C - 1358 a.C), conhecido como o "rei herético", procedeu uma revolução religiosa! Ele quis pôr fim ao culto politeísta.
O Egito tinha várias divindades (Amon-Ra, o sol, era a mais importante) e os sacerdotes tinham muitos privilégios na sociedade. Amenófis achava isso ultrapassado.
Amenófis achava que esses privilégios (riquezas e direitos políticos) estavam grandes demais e poderiam ameaçar a autoridade do governo central.
A ideia era mudar esse quadro. Como?
Estabelecendo um culto monoteísta a Aton, o círculo solar. Confiscando bens dos sacerdotes e excluindo ou inferiorizando os demais deuses.
Amenófis, na realidade se escreve "Amen-hotep", que significa "Amon está satisfeito".
Ele mudou para Akehanton, "Ech-n-Aton", que significa "Aquele que agrada a Aton".
Fundou uma nova capital, "Akhetaton", que significa "horizonte do disco solar", situado a alguns quilômetros da velha capital, que era Tebas.
O faraó se casou várias vezes para ter um herdeiro, mas não conseguiu. Sua esposa, Nefertiti deu-lhe várias filhas, mas nenhum homem. E mesmo suas filhas não lhe deram filho algum.
Aproveitando-se dessa fragilidade, os sacerdotes expulsaram Amenófiz IV do trono, já que ele não deixava nenhum varão para garantir a sucessão no poder.
Assim, os privilégios voltaram para as mãos dos sacerdotes e o culto politeísta tradicional retornou. Os sacerdotes outorgaram o direito de governar para Tutankhamon ("aquele que vive em Amon"), genro de Amenófis. Anulou-se a revolução religiosa, então.
Sobre o governo dele, não sabemos apenas que existiu, morreu (em 1352 a.C. aos 19 anos) e foi enterrado. Ainda assim trata-se do faraó mais famoso do Egito, porque descobriram sua tumba quase intacta em 1922 e isso lhe deu renome mundial. Cheia de ornamentos típicos do período do novo império e mobiliários.
Aí vai um dado curioso: a esposa de Tuntankhamon, Ankesenamon, sabia que seria expulsa do trono se não arranjasse um substituto para se tornar faraó. Ela, então, pediu ao rei dos hititas que a mandassem um de seus filhos para ser faraó no Egito. No caminho, porém, o filho enviado foi assassinado e desde então o Egito e os hititas tornaram-se inimigos durante muitos e muitos anos. Já ela, a rainha, desapareceu.
Já Ramsés II governou entre 1292 a.C - 1225 a.C.. Ele enfrentou e venceu vários povos asiáticos, como os hititas, que resultou num acordo de paz depois de 15 anos de guerra. O acordo de paz mais antigo conhecido na História.
Ramsés reinou por mais de 70 anos, teve 59 filhas e 79 filhos.
Mais do que conquista militares, também houveram manifestações culturais importantes no período, como a construção dos templos de Karnac e Luxor.
Karnak
Luxor
Após Ramsés II, foram poucos os períodos de estabilidade e unidade sob o comando do governo central e daí a civilização egípcia começou a entrar em decadência.
Muitas disputas políticas que envolviam as autoridades sacerdotais, que ignoravam o poder do faraó;
O exército era formado em grande parte por mercenários estrangeiros, acabou dispersado por interesses diferentes do governo - desprotegido militarmente o Egito passou a perder seus domínios;
Após 1100 a.C., o Egito voltou a se dividir, passando a ter governantes autônomos e rivais no Alto e no Baixo Egito.
Aí se tornaram presa fácil para civilizações inimigas vizinhas, como os assírios, que em 662 a.C., sob o comando de Assurbanipal, conquistaram a região.
O faraó, que à época era o Psamético I (655 a.C - 610 a.C) resistiu ao máximo e até recebeu uma libertação da nação e teve a chance de recuperar a economia e a cultura do Egito.
Mas esse período "tranquilo" não durou muito tempo. Em 525 a.C., os persas, comandados pelo rei Cambises, conquistaram o Egito na batalha de Pelusa, destronando o faraó Psamético III.
O Egito se tornou uma província do império Persa e mais tarde, parte de seu território foi dominada pelos gregos, macedônios, romanos, árabes, tucos e ingleses.
Só recuperaram sua autonomia política no século XX. Durante esse intervalo de tempo, o cristianismo e o islamismo penetrou a região e demoliu a antiga cultura egípcia. O que sobrou foram as pirâmides, alguns templos e pouca coisa de sua língua. Nesse último caso, graças ao culto da igreja cristã do Egito (Igreja Copta - diferente da católica romana ou ortodoxa grega).
O Egito desenvolveu três tipos de escrita: hieroglífica (inventada no período pré-dinástico); hierática, usada para documentos; e a demótica, que é a popular, nascida bem mais tarde.
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