Em 1914 começou a Primeira Guerra Mundial, que se estenderia até o final de 1918. Dela participaram as grandes potências da época. O principal palco da guerra foi a Europa.
O Império Russo participou da guerra ao lado da Inglaterra e da França,
formando a Tríplice Entente, que enfrentou a Tríplice Aliança (Alemanha,
Austro-Hungria e a Turquia). Outros países, menos importantes do ponto de vista
militar, se aliaram a um ou a outro lado na guerra.
Em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra do lado da Entente, sendo
um fator importante para a derrota da Alemanha e seus aliados.
O Império Russo enfrentou, principalmente, as tropas alemãs, sentindo
desde o início da guerra o poderio militar germânico e sofrendo sucessivas
derrotas.
O que já se prenunciava na
guerra contra o Japão em 1905, se confirmou na Primeira Guerra Mundial:
o Império Russo, um país imenso, era um gigante com pés de barro. Um
país atrasado enfrentando uma guerra moderna.
O exército czarista, apesar de enorme, estava mal equipado. À medida
que a guerra se prolongava, a atrasada economia russa e a complicada burocracia
czarista se mostraram incapazes de garantir o fornecimento regular e suficiente
para o exército.
Em 1917, a
Rússia entrou em colapso. A
população urbana não recebia alimentos suficientes do campo e os soldados se
revoltavam contra os oficiais e abandonavam o front.
Camponeses se recusavam a vender os seus produtos e a pagar os
tributos. Greves e manifestações na cidade e invasões de latifúndios no campo.
Os soldados do czar não mais
reprimiam as manifestações dos revoltosos, chegando mesmo a aderir à massa
revoltosa.
Neste momento decisivo, os líderes políticos que haviam sido banidos ou
fugido para o exterior, começaram a voltar ao país. Os partidos políticos
tentaram organizar a revolta popular para a tomada do poder.
Esses líderes pertenciam, na sua maioria, a dois partidos mais
radicais. O primeiro deles era o Partido Marxista Social-Democrata dos Trabalhadores
Russos que estava dividido em duas facções: os mencheviques e bolcheviques.
As facções receberam esses nomes depois do II Congresso do Partido
Social-Democrata, em 1903.
Menchevique em russo significa minoria, mas na verdade, compunham a maioria do partido durante quase todo o período revolucionário no ano de 1917.
Era o grupo que pregava o amadurecimento do capitalismo, para só então almejar o socialismo. Defendiam a revolução burguesa contra o czarismo. Os líderes que se destacaram foram Gheorghi Plekhanov e principalmente Iulii Martov;
Menchevique em russo significa minoria, mas na verdade, compunham a maioria do partido durante quase todo o período revolucionário no ano de 1917.
Era o grupo que pregava o amadurecimento do capitalismo, para só então almejar o socialismo. Defendiam a revolução burguesa contra o czarismo. Os líderes que se destacaram foram Gheorghi Plekhanov e principalmente Iulii Martov;
Já Bolchevique, significa maioria e o nome foi dado no mesmo congresso do Partido em que nasceu o grupo menchevique. Ironicamente, durante o processo revolucionário de 1917 esse grupo ficou em minoria. Eles eram aqueles que defendiam a revolução socialista e o líder desse grupo se chamava Lênin.
O segundo grande partido era o Partido Social Revolucionário, que
pretendia representar os camponeses russos.
Nesse momento, o número de sovietes havia multiplicado, constituindo-se
no principal instrumento da ação revolucionária.
A própria burguesia liberal, temerosa de um enfrentamento direto com o
czar, acabou assumindo uma posição cautelosa.
A Duma (parlamento) refletia essa posição cautelosa. Ela tentou assumir
a direção do movimento revolucionário e, ao mesmo tempo, controlar os protestos
populares.
A Duma foi tomando providências para organizar um governo provisório,
já que o czar havia perdido o controle da situação e a capacidade de reprimir.
Sem outra alternativa, o czar Nicolau II abdicou em favor do seu irmão,
o qual também abdicou no dia seguinte. Assim, no dia 27 de fevereiro de 1917,
chegava ao fim a secular monarquia czarista da dinastia dos Romanov.
O poder de um Estado
autocrático, que poucos anos antes ainda se mostrava forte, revelou o quanto
estava decadente na crise provocada pela guerra.
A formação de um novo Estado
Os sovietes renasceram e passaram a exercer funções de governo que
atendiam as reivindicações populares.
Do outro lado, a Duma tentava
formar um Governo Provisório de características liberais, ligado aos interesses
da burguesia e da nobreza liberal russas.
Esse novo regime pretendia organizar a Rússia sob um sistema
republicano parlamentar, tendo como modelo os regimes francês e inglês.
Esse governo era liderado por
Kerensky, um político moderado de tendências liberais.
Mas Kerensky não era aceito pelas massas porque que ele manteve a
Rússia na guerra. Os soldados queriam voltar para casa e parar com a guerra
inútil. E por isso, o Governo Provisório foi se enfraquecendo rapidamente.
Dizia-se que na Rússia tinham dois governos: o Provisório e o dos
sovietes.
Quando o Partido Marxista Social-Democrata decidiu apoiar o Governo
Provisório, houve uma divisão radical entre os mencheviques e bolcheviques.
Os bolcheviques romperam com os mencheviques e retiraram o seu apoio ao
Governo Provisório, passando a fazer oposição a ele.
Os bolcheviques concentraram suas forças políticas nos sovietes,
passando a elaborar um plano para conquistar o poder.
O lema dos bolcheviques para a mobilização popular contra o Governo
Provisório era Paz, Pão e Terra. Ou
seja, a saída imediata da Rússia da guerra, superar a fome e distribuir as
grandes propriedades.
Os operários organizados nos sovietes começaram a se armar, sendo dirigidos
pela Guarda Vermelha, que eram tropas formadas por operários, camponeses e
soldados.
No dia 25 de Outubro foi desfechada a ação, com os guardas vermelhos
assumindo o controle dos pontos estratégicos da capital.
Kerenski, o chefe do Governo Provisório, fugiu e os bolcheviques
assumiram o poder. Começava a construção de um novo Estado.