quinta-feira, 28 de junho de 2012

Revolução Russa - Parte IV (Revolução de 1917)



 
Em 1914 começou a Primeira Guerra Mundial, que se estenderia até o final de 1918. Dela participaram as grandes potências da época. O principal palco da guerra foi a Europa.


O Império Russo participou da guerra ao lado da Inglaterra e da França, formando a Tríplice Entente, que enfrentou a Tríplice Aliança (Alemanha, Austro-Hungria e a Turquia). Outros países, menos importantes do ponto de vista militar, se aliaram a um ou a outro lado na guerra.


Em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra do lado da Entente, sendo um fator importante para a derrota da Alemanha e seus aliados.


O Império Russo enfrentou, principalmente, as tropas alemãs, sentindo desde o início da guerra o poderio militar germânico e sofrendo sucessivas derrotas.

 O que já se prenunciava na guerra contra o Japão em 1905, se confirmou na Primeira Guerra Mundial:
o Império Russo, um país imenso, era um gigante com pés de barro. Um país atrasado enfrentando uma guerra moderna.

O exército czarista, apesar de enorme, estava mal equipado. À medida que a guerra se prolongava, a atrasada economia russa e a complicada burocracia czarista se mostraram incapazes de garantir o fornecimento regular e suficiente para o exército.

Em 1917, a Rússia entrou em colapso. A população urbana não recebia alimentos suficientes do campo e os soldados se revoltavam contra os oficiais e abandonavam o front.

Camponeses se recusavam a vender os seus produtos e a pagar os tributos. Greves e manifestações na cidade e invasões de latifúndios no campo.

 Os soldados do czar não mais reprimiam as manifestações dos revoltosos, chegando mesmo a aderir à massa revoltosa.

Neste momento decisivo, os líderes políticos que haviam sido banidos ou fugido para o exterior, começaram a voltar ao país. Os partidos políticos tentaram organizar a revolta popular para a tomada do poder.


Esses líderes pertenciam, na sua maioria, a dois partidos mais radicais. O primeiro deles era o Partido Marxista Social-Democrata dos Trabalhadores Russos que estava dividido em duas facções: os mencheviques e bolcheviques.

As facções receberam esses nomes depois do II Congresso do Partido Social-Democrata, em 1903.


Menchevique em russo significa minoria, mas na verdade, compunham a maioria do partido durante quase todo o período revolucionário no ano de 1917.
Era o grupo que pregava o amadurecimento do capitalismo, para só então almejar o socialismo. Defendiam a revolução burguesa contra o czarismo. Os líderes que se destacaram foram Gheorghi Plekhanov e principalmente Iulii Martov;




Bolchevique, significa maioria e o nome foi dado no mesmo congresso do Partido em que nasceu o grupo menchevique. Ironicamente, durante o processo revolucionário de 1917 esse grupo ficou em minoria. Eles eram aqueles que defendiam a revolução socialista e o líder desse grupo se chamava Lênin.


O segundo grande partido era o Partido Social Revolucionário, que pretendia representar os camponeses russos.


Nesse momento, o número de sovietes havia multiplicado, constituindo-se no principal instrumento da ação revolucionária.


A própria burguesia liberal, temerosa de um enfrentamento direto com o czar, acabou assumindo uma posição cautelosa.


A Duma (parlamento) refletia essa posição cautelosa. Ela tentou assumir a direção do movimento revolucionário e, ao mesmo tempo, controlar os protestos populares.


A Duma foi tomando providências para organizar um governo provisório, já que o czar havia perdido o controle da situação e a capacidade de reprimir.


Sem outra alternativa, o czar Nicolau II abdicou em favor do seu irmão, o qual também abdicou no dia seguinte. Assim, no dia 27 de fevereiro de 1917, chegava ao fim a secular monarquia czarista da dinastia dos Romanov.


 O poder de um Estado autocrático, que poucos anos antes ainda se mostrava forte, revelou o quanto estava decadente na crise provocada pela guerra.


A formação de um novo Estado

Os sovietes renasceram e passaram a exercer funções de governo que atendiam as reivindicações populares.


 Do outro lado, a Duma tentava formar um Governo Provisório de características liberais, ligado aos interesses da burguesia e da nobreza liberal russas.


Esse novo regime pretendia organizar a Rússia sob um sistema republicano parlamentar, tendo como modelo os regimes francês e inglês.


 Esse governo era liderado por Kerensky, um político moderado de tendências liberais.


Mas Kerensky não era aceito pelas massas porque que ele manteve a Rússia na guerra. Os soldados queriam voltar para casa e parar com a guerra inútil. E por isso, o Governo Provisório foi se enfraquecendo rapidamente.


Dizia-se que na Rússia tinham dois governos: o Provisório e o dos sovietes.


Quando o Partido Marxista Social-Democrata decidiu apoiar o Governo Provisório, houve uma divisão radical entre os mencheviques e bolcheviques.


Os bolcheviques romperam com os mencheviques e retiraram o seu apoio ao Governo Provisório, passando a fazer oposição a ele.


Os bolcheviques concentraram suas forças políticas nos sovietes, passando a elaborar um plano para conquistar o poder.


O lema dos bolcheviques para a mobilização popular contra o Governo Provisório era Paz, Pão e Terra. Ou seja, a saída imediata da Rússia da guerra, superar a fome e distribuir as grandes propriedades.


Os operários organizados nos sovietes começaram a se armar, sendo dirigidos pela Guarda Vermelha, que eram tropas formadas por operários, camponeses e soldados.


No dia 25 de Outubro foi desfechada a ação, com os guardas vermelhos assumindo o controle dos pontos estratégicos da capital.


Kerenski, o chefe do Governo Provisório, fugiu e os bolcheviques assumiram o poder. Começava a construção de um novo Estado.         

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