domingo, 23 de setembro de 2012

Origens da 2º Guerra Mundial - Parte II


Guerra Espanhola

A guerra da Espanha, que começa em 18 de Julho de 1936, será um palco onde os blocos contrários, democracias e regimes autoritários, irão se defrontar.

No começo, tratava-se de uma tentativa de golpe de Estado militar. Acontece que em 1931 a Espanha havia deixado de ser uma monarquia e passou a ser uma república. Foi assim durante 5 anos perturbados (2 anos de governo da esquerda, 2 anos da direita), até 1936.

O que aconteceu? Em fevereiro daquele ano, houve eleições gerais que deram poder a Frente Popular. Um grupo de partidos de esquerda coligados.

Isso incomodou grandes proprietários, ricos, militares e a Igreja. Deixou todos eles alarmados.
Foi quando no dia 18 de Julho de 36 estourou uma sublevação militar, que fracassou parcialmente.

Qual era o plano? Dominar o governo em 24 horas. Não conseguiu.

- Os guardas civis permaneceram leal ao governo;

- A marinha permaneceu fiel também – eles eram muito importantes, porque defendiam o Estreito de Gibraltar. O que impedia de fazer com que os insurrectos transferissem do Marrocos Espanhol (sua colônia) para a Península Ibérica os  exércitos com que eles contavam;

- A Catalunha e as províncias bascas, gratas à república por lhes haver reconhecido a autonomia, colocam-se ao lado do governo de Madri.

Mas o governo não tinha exército. Armou-se então, o povo; milícias improvisadas, coisas do tipo. Ninguém teve uma vantagem decisiva nessa história e a operação, que devia durar no máximo 24 horas, durou 3 anos.

Ao longo desse período, os insurrectos conseguiram a ajuda dos governos autoritários. Surgem voluntários fascistas. A Alemanha manda especialistas, técnicos da guerra aérea e de carros de combate.

Enquanto do lado republicano ficam as brigadas internacionais e também chegam voluntários, vindos de todos os países da Europa.

A guerra dentro da Espanha se torna internacional.

A Espanha se torna o terreno em que os blocos realizam grandes manobras. A Alemanha experimenta seu material, exercita seus especialistas, e a Guerra da Espanha é um ensaio da Segunda Guerra Mundial: bombardeio de cidades, destruição de Guernica, terror sobre a população civil de Madri e Barcelona, quinta coluna (grupos “traidores”): já eram os traços do que seria a guerra mundial, só que essa era dentro da Espanha.


Pablo Picasso

Essa guerra civil só vai terminar em março de 1939, deixando um milhão de mortos. Os nacionalistas triunfam sobre os republicanos. E quem comandava esses nacionalistas? O General Franco, que passou a chefiá-los. Sua atuação e seu governo é chamado de franquismo.

A partir de então, a França se vê cercada. Três regimes autoritários são seus vizinhos.

A Espanha franquista, a Itália e a Alemanha, entre os quais há uma solidariedade de interesses, laços e gratidão.

A França então se sente forçada a encarar a possibilidade de um conflito em três fronteiras: o Reno, os Alpes e os Pireneus.

O bloco totalitário sai reforçado da Guerra da Espanha e as democracias, isoladas e enfraquecidas.

O Anschluss

Enquanto a guerra civil espanhola acontecia, Hitler estava retomando suas ofensivas. Já em 1938, ele tinha assegurado a amizade italiana, as democracias estão muito ocupadas (ajudando os republicanos da Espanha e se ajudando), e o rearmamento alemão já fazia grande progresso.

E os EUA? Eles estavam isolados na América, por opção. Foi votado no Congresso deles leis de neutralidade, que os proibia de estabelecerem relações comerciais com os países beligerantes (em conflito); os navios não iriam mais se arriscar, como em 1917. Hitler estava livre.

Por isso ele atacou a Áustria de novo! Em fevereiro de 1938, a Alemanha havia pressionado o Chanceler Schuschnigg (que sucedeu a Dolfuss, assassinado pelos nazistas) a colocar um nacional-socialista no Ministério do Interior, chamado Seiss-Inquart.

Ou seja, o chanceler teve que colocar um inimigo na praça. Hitler, para dar uma prova de boa vontade ao povo austríaco para preservar sua independência, anunciou um plebiscito para todos votarem a favor ou contra a unificação com a Alemanha. 2/3 votou a favor.

Hitler queria mostrar pra Europa que o povo alemão estava com ele.

O ministro, então, chama as tropas alemãs para restabelecer a ordem pretensamente perturbada pelo chanceler. O governo Schuschnigg não podia fazer nada além de se demitir. Foi a invasão alemã, então. Em algumas horas, no sábado, 12 de março de 38, a Áustria é anexada à Alemanha.

A Europa não reagiu. A Inglaterra hesita. A França passava por uma crise ministerial. A Itália, que antes fez uma contraofensiva e não permitiu Hitler tomar a Áustria, agora se tornou cúmplice.

Hitler não parou por aí... era a vez da Tchecoslováquia.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Origens da 2º Guerra Mundial - Parte I


Entre 1919 – 1930

Configuração diplomática opõe dois campos:
Vencedores -> Potências empenhadas em aplicar as cláusulas do tratado de Versalhes. França está a frente.
Perdedores -> Revisionistas das cláusulas. Alemanha a frente.

Duas questões dominavam a conjuntura internacional.
1º Até 1928, a questão das reparações de guerra.
2º A partir de 1928, a questão do desarmamento -> Os países vencedores queriam diminuir o número de armas na Europa, principalmente dos países que perderam a guerra.

Em 1933, a Alemanha decide se retirar desse tipo de acordo, proposto pela Sociedade das Nações. Pretendem se armar. Por quê?

Porque em 1933 Hitler já era chanceler da Alemanha.

Calma.

A crise econômica também foi a crise da democracia, porque permitiu o surgimento de regimes autoritários. Como?

As consequências da crise fez com que os países se concentrassem no interior de si mesmos, num movimento oposto ao liberalismo econômico dos EUA (onde começou a crise).

Cada país ficou atrás de suas fronteiras econômicas, aumentou as tarifas alfandegárias e praticaram uma política rigorosa de separação.

As relações comerciais se rarefazem.

O nacionalismo econômico aparece e reforça o nacionalismo político e militar.

Essa inspiração nacionalista forma Estados de Guerra, feitos para ela.

Foi nesse nacionalismo e com essa ambição coletiva (de serem melhores, de se safarem da crise, de mostrarem pro mundo o quão são eficazes) que ganhou força o Nacional-Socialismo.

No dia 30 de janeiro de 1933, o Presidente Hindemburgo fez de Adolf Hitler um chanceler.

Isso é interessante. Hitler chegou ao pode pelas vias legais: não houve golpe de força nem na Alemanha, nem na Itália fascista de Mussolini. Lá, foi o Rei que deu o cargo para ele.

Então, pelo menos nas aparências, o fascismo e o nacional-socialismo respeitaram as legalidades constitucionais de cada país.

Hitler conquistou a maioria no Reichstag (parlamento). E aí, ele empreende uma transformação do sistema: dissolução de partidos políticos, de sindicatos, supressão das liberdades.

E daí ele põe fogo no Reichtag. E culpa os comunistas! Com isso ele cria um pretexto para que as pessoas tenham medo dos comunistas e para ele criar uma polícia especial para tomar conta da população. Vigiá-la.

Ele faz coisas boas também. Transforma a sociedade e a economia. Executa uns programas de governo para construir grandes obras públicas, dá trabalho aos desempregados e precipita o rearmamento, pulando fora do tratado que impedia isso, em 33.

Ele sair desse tratado tem um significado muito grande, porque indica o “fim da política fundada na assinatura e no respeito de acordos diplomáticos”.

Aí, em 1935, ele tá construindo aviões de guerra e restabelece o serviço militar obrigatório. Ao mesmo tempo que começa a ignorar as cláusulas militares do Tratado de Versalhes.

A Alemanha alcança e ultrapassa os franceses na quantidade de armas. A França não quer ficar atrás e começa a produzir também, adota o serviço militar e etc. Temos novamente uma corrida armamentista na Europa.

Só que o Estado alemão, quase uma máquina de guerra (espírito de guerra, armas para guerra, discursos explosivos) pretende conquistar e aumentar seu território... e isso vai culminar na invasão da Alemanha sobre outros países, em 1939.

Calma!

Por que Hitler pretende conquistar novos territórios?

Porque ele quer reunir as minorias de mesma língua e mesma raça, saídas da Alemanha “sob imposição a vontade alheia” e que vivem em territórios diferentes e são dominadas por estrangeiros.

Acontece que isso que o Hitler quer ameaça todos os Estados vizinhos que compreendem essas minorias, como a Áustria, a Tchecoslováquia, a Polônia e até a França, por causa da Alsácia, que eles pegaram quando venceram a primeira guerra.

Como ele pega cada um desses lugares?

Na Áustria havia grupos de pessoas que apoiavam o nacional-socialismo. Radicais, em julho de 1934 eles assassinaram o Chanceler Dollfuss.

Esse chanceler era odiado tanto pelos socialistas, que ele atacou com o exército, quanto pelos nazistas, que queriam anexar a Áustria. Então ele não tinha muito apoio interno e foi alvo fácil.

Mas Mussolini não permitiu que a anexação do território acontecesse e enviou seu exército pra lá. Adiaram os planos nazistas.

Mas em 1935, um ano depois, eles conseguiram parte do território austríaco de maneira legal, prevista no Tratado de Versalhes. Acontece que a própria região que quis voltar a fazer parte da Alemanha por meio de votação.

Os nazistas vão montar em cima desses “direito dos povos” de escolher quem seguir ao longo dos próximos anos.

Mas veja você, se em 1934 Mussolino não ajudava Hitler em nada. Em 1935 a coisa toda vai mudar.
Mussolini pretendia dominar territórios na África. É, ainda falando de colonialismo no estilo mais clássico mesmo.

A Itália já mandava na Eritréia e na Somália italiana. Esses dois territórios eram separados por Jibuti, da França, e a Somália britânica e principalmente pelo império da Etiópia.

Desses três que separaram o território dos italianos, a Etiópia era o único país que não fora colonizado pelos europeus (dentro da África, apenas dois, o outro era a Libéria). Ou seja, “tava livre” para ser dominado.

Mas a Etiópia já era considerada um Estado. Era membro da Sociedade das Nações, que proibia guerra entre seus membros.



A Grã Bretanha não gosta nada disso e vai contra os italianos. A França, apesar de tentar fazer uma mediação, acaba apoiando mais a Inglaterra também, e isso tudo irrita o Mussolini, que decide invadir a Etiópia assim mesmo!

Daí os países começam aplicar sanções a Itália, mas ela resiste, porque sua principal fonte era o petróleo e nenhum país dos cinquenta e dois tiveram coragem de aplicar sanções a esse recurso.

Eles tomaram a Etiópia e, além disso, tornaram-se amigos dos alemães, que não se opuseram as atitudes de Mussolini. 

Em outras palavras, isso significou que a Alemanha saiu de seu isolamento político, já que a Itália se colocou ao seu lado.

Aí a Alemanha se sente muito mais confortável para agir e em 7 de março de 1936, Hitler reocupa a margem esquerda do Reno, que era da Alemanha, mas estava sob domínio francês.

Isso enfurece a França e os preocupam. Eles se sentem atacados e decidem reagir... até que percebem que não podem, porque os riscos são muito grandes para sua economia.

Aí seus aliados veem que a França não é tão poderosa assim e perdem a confiança neles, visto que ter a "proteção do Estado francês" não significava muita coisa".

Resultado: Bélgica volta a ser neutra. Polônia começa a se preparar para se defender. A Sociedade das Nações - que era liderada pelos franceses - começa a se desfazer: Alemanha saiu em 1933, Japão também, Itália em 1937.

É o fim da segurança coletiva.

A situação diplomática passa a ser dominada pela existência do Eixo.

Assim chamada porque a linha que liga Berlim a Roma traça um eixo vertical que divide o Leste do Oeste na Europa.

É quando a coisa começa a ficar feia e alguns confrontos começam a acontecer.

domingo, 16 de setembro de 2012

Açúcar e escravidão (Pacto Colonial)

O que é pacto colonial?

A economia da América colonial portuguesa deve complementar a metrópole. Ou seja, ela deve produzir aquilo que Portugal não produz.

Isso era necessário para que Portugal não ficasse para trás nas disputas das potências mundiais.

Ainda não havia sido encontrado ouro no Brasil, e para Portugal ter lucros, era preciso encontrar fontes alternativas de produção.

O pau-brasil tinha uma comercialização limitada e sua exploração era costeira. Não levava os colonos ao povoamento do restante territorial.

Isso tudo era um problema, já que o plano era povoar, ter lucro e se manter como potência.

Os portugueses tinham quase 100 anos de navegação, isso é muita experiência... e em suas outras colônias eles já tinham prática com as técnicas de produção do açúcar.

Nas Ilhas de Madeira e Cabo Verde... produziam cana-de-açúcar. Extremamente lucrativos.

Com isso, Portugal proporcionaria ao mundo o primeiro artigo de consumo em grande escala. O açúcar.

Ele já era conhecido na Europa, tinha sido apresentado pelos árabes à Europa Medieval, mas nunca em grande escala. Servia até de presente para os reis, de tão caro e raro.

As principais produtoras de açúcar foram as capitanias da Bahia e de Pernambuco. Mas também era produzida no Rio e em São Vicente, apesar dessas duas últimas produzirem mais cachaça.

Por isso o nordeste era a principal região econômica no "Brasil".

Os engenhos eram propriedades enormes onde havia próximo a Casa Grande do senhor de engenho e também a senzala.

Apesar de enormes, criavam animais e tudo o mais, não produziam o suficiente para sobreviver por si sós.

Logo, havia pequenos fazendeiros que plantavam outras coisas, como mandioca, milho, feijão e vendiam nas cidades e engenhos.

Ou seja, havia um Mercado Interno. Porém, esse mercado não dava conta de alimentar todos e consequentemente ocasionava fome e morte em determinados períodos. Dessa forma, a colonia dependia da metrópole para se reabastecer com produtos.

Daí o Pacto Colonial.

E quem financiava esse engenhos? Porque eles são caríssimos de serem mantidos: produto, técnica, mão de obra, etc.


No século XVII, a Holanda era uma das maiores potências econômicas da Europa. Um dos negócios mais lucrativos da burguesia flamenga tinha a ver com o açúcar do Brasil. Os holandeses financiavam a produção do açúcar, em troca recebiam o pagamento dos juros. Em várias ocasiões, os comerciantes portugueses contrataram companhias de navegação holandesas para transportar o açúcar do Brasil até Lisboa. Grande parte do açúcar saía do Brasil em estado bruto para ser refinado em Amsterdã.

Naqueles tempos, os burgueses holandeses monopolizavam muitas rotas de comércio de açúcar entre os países europeus. Por isso os comerciantes portugueses tinham de vender seu açúcar diretamente aos holandeses, que revendiam pelo resto da Europa.

No entanto, a ligação comercial amistosa que existia entre Holanda, Portugal e Brasil foi encerrada, quando aconteceu a União Ibérica, ou seja, o jovem rei português, D. Sebastião morreu sem deixar filhos e o parente mais próximo era o seu primo, Filipe II, rei da Espanha. Dessa maneira, Filipe II tornou-se também rei de Portugal. A União Ibérica durou de 1580 a 1640. Acontece que na época a Holanda estava em guerra com a Espanha, sua antiga metrópole.

Mitologia Grega - Surgimento do mundo e dos homens


Os gregos acreditavam que a Terra era plana e circular, como um disco. O país ocupava o centro desse disco, onde o ponto central era o Monte Olimpo – residência dos Deuses.

Campos Elíseos - Oeste
Para onde os mortais favorecidos pelos deuses eram transportados sem ter morrido e gozavam de imortalidade.

Hiperbóreos – Norte (Bóreas, o deus do vento norte)
Povo mítico que vivia no extremo norte da Grécia. Era uma nação desconhecida, perfeita, com sol 24 horas por dia.
“Venho de uma terra, numa região banhada pelo Sol. Onde dourados jardins florescem, onde os ventos do norte dormem em calma. E sobre nós jamais sopram”.

Etíopes – Sul
Significa “de rosto queimado” no Grego, representado pela África.

Rio-Oceano – Vinha do leste e circundava toda “ilha grega”. Abastecia o mar e todos os rios da Terra.

O que podemos concluir com essas informações?

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Sol, Lua e as estrelas nasciam do oceano, do Oriente.
“Agora o carro do dia, brilhante,
Lança o seu machado dourado
Na profunda corrente do Atlântico
E o Sol, declinando, envia o seu raio
Para cima, para o polo escurecido,
Rumando para outro alvo
No oriente, onde descansa.”

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A residência dos deuses era no Monte Olimpo, na Tessália.




A entrada era um portão de nuvens guardado por deusas chamadas Estações.

Apenas os deuses entravam ou saiam de lá;

Cada um tinha sua moradia, mas quando eram convocados, todos se encontravam no Palácio de Zeus.

Se banqueteavam com ambrósia e néctar, iguarias e bebidas. Enquanto isso, Apolo, deus da música, tocava sua lira, acompanhado pela voz das Musas.

As roupas e mantos que usavam eram criados por Atena e o arquiteto das casas do olimpo era Hefesto, que também era ferreiro, construtor, armeiro, artista de toda obra do Olimpo.

As casas eram de bronze; para ele, fez calçados de ouro e ferraduras de bronze para os cavalos. Cadeiras e mesas também. E suas servas também eram de ouro.

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O líder, pai de todos os deuses do Olimpo, era Zeus. Mas ele também teve um princípio.
Saturno (Cronus), era seu pai e Réia (Ops) sua mãe. Eles eram Titãs.

Haviam vários titãs no mundo. Os titãs são os deuses mais antigos, cujo poder foi transferido para os outros deuses que vieram depois.

Ofíon e Tia reinaram no Olimpo antes dos deuses gregos, até serem destronados por Cronus.
“E contou como a serpente, a quem chamava Ofíon, com Eurínome foram os que primeiro mandaram no Elevado Olimpo, donde foram expulsos por Cronus”

Cronos não era um deus bonzinho. Cronos era o tempo; e o tempo é a única coisa que devora tudo.


(Goya)

Ele devorou seus próprios filhos. Apenas Zeus conseguiu escapar e, quando cresceu, casou-se com Métis e o ajudou a se vingar de Cronus.

Ela preparou uma bebida mágica, uma poção, para que Cronus tomasse. Réia aceitou entregar a bebida para ele, e isso fez com que ele vomitasse todos seus filhos.

Zeus e os irmãos revoltaram-se contra seu pai e os irmãos de seus pais, os titãs.

Começou o que ficou conhecido como “Guerra Celestial” e os Titãs, após tempos e tempos de batalha foram derrotados e alguns aprisionados no Tártaro, outros receberam condenações diferentes, como por exemplo Atlas.



Assim, com Cronus fora do caminho, Zeus e seus irmãos (Poseidon e Hades) dividiram os domínios.
Zeus ficou com o céu, Poseidon com o oceano e Hades com o reino da morte.

A Terra e o Olimpo eram propriedades comuns.

E como o homem foi criado?

Zeus deu a tarefa de criar os homens e todos os animais para dois titãs, Prometeu e Epimeteu.
Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se da supervisioná-la.

Epimeteu distribuiu os dos de cada animal. Força para o urso, rapidez para a onça, asa para a águia, garras para o tigre, e assim vai.

Mas quando chegou a vez do homem, que ele deixou por último por ser um animal bípede, que anda de coluna ereta, olhando para frente, ele já havia distribuído todos os dons para os outros animais.

Então ele foi pedir ajuda para Prometeu.

Prometeu pensou numa solução. Ele subiu aos céus, no Olimpo e roubou o fogo dos deuses e deu-o aos homens.

Os deuses não gostaram nada disso, porque agora os homens tornaram-se independentes dos deuses. Se eles o castigassem com o frio, o fogo os esquentaria. Eles se protegiam dos animais com o fogo. Eles assavam sua comida. Etc.

Então os deuses decidiram castigar Prometeu e Zeus ordenou que Hefesto o acorrentasse no cume do Monte Cáucaso, onde todos os dias os corvos comiam seu fígado. E todos os dias seu fígado se regenerava.


A Baixa Idade Média

O começo da inversão da Alta Idade Média para Baixa Idade Média:

Em primeira lugar há um contexto de expansão demográfica.
- Epidemias (peste, malária) desaparecem. Por quê? Por causa do isolamento da população em feudos, o que dificultava o contágio.

Em segundo lugar, com o feudalismo cessaram as invasões estrangeiras e as grandes batalhas. Como?
- Guerras tornaram-se menos mortíferas (apesar de constantes).
- Colocava-se apenas algumas centenas de cavaleiros para se enfrentarem.
- Objetivo fundamental não era matar ou destruir o adversário, mas aprisioná-lo para obter um resgate pelo prisioneiro (uma das obrigações do vassalo para com o seu senhor feudal era pagar o resgate deste, caso ele fosse capturado).

Terceiro fator determinante para o surto demográfico foi a abundância de recursos naturais.
- Fertilidade da natureza acabou repondo florestas e pastagens (recursos suficientes para alimentar uma população bem superior à então existente).
- A partir do ano 1000 houve uma suavização do clima europeu, que se tornou mais quente e seco (bom para cultivo de várias espécies locais).

Por fim, o crescimento populacional está claramente ligado às inovações técnicas agrícolas verificadas na época. Surgiram instrumentos de ferro, como o arado, os animais passaram a ser ferrados e ganharam novo atrelamento, os moinhos hidráulicos foram aperfeiçoados. Etc.

Questão: O crescimento demográfico pressionou por uma produção maior e assim surgiram as inovações ou as novas técnicas permitiram uma alimentação melhor e por isso a população cresceu?

Difícil responder essa pergunta. Alguém precisa descobrir isso. Importa-nos saber que a população cresceu.

Em função desses fatores, verifica-se o seguinte:
Anos:

800 --- 18 milhões de indivíduos
1000 -- 22 milhões
1100 -- 26 milhões
1200 -- 35 milhões
1300 -- mais de 50 milhões


- As novas técnicas agrícolas tinham permitido uma significada elevação de produtividade: satisfazia as necessidades de uma população em crescimento e ainda gerava excedente.

Qual as consequências de se gerar o excedente?
(Venda e troca com especiarias, seda, perfumes, etc, não produzidas na Europa... ou seja: comércio)

Nesse processo de expansão do comércio, a Itália saiu ganhando por alguns fatores: localização geográfica (elo de ligação entre Ocidente e Oriente); Veneza e Gênova eram as maiores cidades comerciantes italianas (essas cidades seriam importantes para o financiamento das Cruzadas, pois tinham interesses a defender e estender);

os Teutônicos (liga de comerciantes alemães) também iriam participar da expansão comercial; o maior interesse deles era chegar a Russia e colonizá-los, dominá-los. Afinal, lá era o território dos eslavos... que além de serem pagãos, tinham um nome interpretado como uma predestinação a serem escravos.

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Esse contexto de crescimento demográfico e desenvolvimento comercial seriam fatores que ocasionariam nas Cruzadas - uma série de expedições armadas realizadas pelos cristão contra os muçulmanos.


Começa a surgir também, graças a expansão comercial, uma maior mobilidade social dentro da sociedade europeia. Ela começava a deixar de ser uma sociedade de ordem, em que o indivíduo é de terminada classe, para se tornar uma sociedade estamental, onde ele está em determinada classe.

- A auto suficiência foi se tornando impraticável, cada região passou a se dedicar ao tipo de cultivo ou criação que melhor se adaptava as suas terras, clima, etc. Então passou a ser necessários diferentes produtos ou recursos nas regiões, já que elas se especializavam na produção de um só.

- Com isso, os camponeses que antes nasciam para trabalhar na terra, agora passaram a tern o comércio uma atividade mais compensadora.

- Camponeses começaram a escapar da servidão. O problema é que eles são a base do sistema feudal.

- Claro, nem todos foram bem sucedidos em se tornarem comerciantes e surgiu também grupos marginalizados. Afastados da vida social por não se encaixarem numa norma de comportamento.

Nesta época há dois tipos de marginais: os pobres e os hereges. (O primeiro fornecerá pessoas para Cruzada, o segundo será combatido por ela).

Nas Cruzadas, nem todos tinham o mesmo interesse. Alguns iam só pela novidade ver coisas novas. Outros eram levados pela pobreza, por estarem em situação difícil na sua terra; iam tentar a sorte em outro lugar. Havia ainda os super endividados, que queriam fugir do serviço... cada um com um tipo de interesse.

"As Cruzadas" serão o tema de nossa próxima aula.

domingo, 2 de setembro de 2012

A civilização dos Hebreus - Parte II


- Revisão rápida -

Durante dois séculos os israelitas, por volta de 1200 a.C até 1000 a.C,  os israelitas tiveram que lutar com persistência para se instalar na Palestina.

O sucessor do Moisés, Josué, agrupou os vários clãs em 12 tribos, distribuindo-lhes as terras que conquistavam.

A sedentarizarão fez renascer algumas práticas idólatras entre os hebreus, influenciados pelas antigas populações locais, mas a guerra contra os cananeus e filisteus, fez com que as 12 tribos mantivessem a união política das tribos sob a fidelidade de Iavé.

Surgiram então os juízes, escolhidos pelas tribos para comandar a guerra e preservar a crença num único Deus.

Os mais famosos foram Gedeão, Jefté e Sansão (que liderou os israelitas em vitórias contra os filisteus);  Samuel, o último dos juízes, escolheu Saul para ser o primeiro rei dos hebreus, em 1010 a.C. Foi quando eles constituíram então uma MONARQUIA!

- Revisão termina aqui -

Saul comandou uma ofensiva contra os filisteus, que não deu certo e acabou derrotado com seu exército na Batalha de Gilboé. Ele acabou se suicidando para não cair nas mãos dos inimigos.
Antes disso, porém, deixou a mão de sua filha em prêmio para aquele que vencesse um guerreiro filisteu chamado Golias. David acabou se arriscando e numa pedrada certeira com sua funda, venceu Golias e garantiu seu casamento com a filha de Saul.

Com o suicídio do Rei, David passou a governar a tribo de Judá, em 1006 a.C., e o outro filho de Saul, Isboset, governou o resto de Israel. David e Isboset entraram em conflito até que o segundo foi derrotado e David tornou-se o maior rei da história hebraica.

Comandados por Davi, os israelitas venceram também os cananeus e tomaram a cidade de Jerusalém, que transformaram em sua capital. Davi governou até 966 a.C e morreu por conta da idade e das doenças. Seus últimos anos de governo foram perturbados pela revolta de seu filho, Absalão, que queria o trono... mas quem sucedeu Davi foi seu outro filho, chamado Salomão, que governou de 966 a.C até 933 a.C.

Durante seu reinado, o comércio se desenvolveu extraordinariamente. Fez acordo com os fenícios, exportava seus excedentes para o Egito e os tempos de pobreza tinham passado. Tanto que eles se deram ao luxo de construírem um grandioso templo, o Templo de Salomão.

Lá eles adoravam a Deus com sacrifícios, preces e oferendas. Instituíram diversas festas religiosas: o Sabbat, comemorativo do sétimo dia da criação, a Páscoa, para recordar a saída do Egito; o Pentecostes, para recordar o recebimento das Tábulas da Lei; e a festa dos Tabernáculos (tendas), para recordar os tempos no deserto.

Ao longo de seu brilhante reinado, porém, vieram tempos difíceis porque Israel estava a ponto de se transformar num Estado mercantil, ou seja, surgiriam profundas diferenças sociais entre a população, agravadas pelos impostos, que atingiam as camadas mais pobres. Não havia mais os patriarcas de cada clã para proteger os mais pobres da comunidade... todos dependiam de um único rei.

Aí veio o declínio político...

Quando Salomão morreu, em 933 a.C., as tribos se recusaram a obedecer um único rei, pretendendo voltar ao individualismo tribal.

As tribos de Judá e Benjamin apoiaram o sucesso legítimo de Salomão e constituíram o Reino de Judá, com capital em Jerusalém. As outras tribos formaram o Reino de Israel, com capital em Samaria.



Reino de Israel

O reino de Israel se perdeu sob o governo de Jeroboão, um dos MUITOS filhos de Salomão. Ele aderiu ao paganismo e introduziu deuses com formas de animais para representar Iavé. Mais tarde, ocorreu até uma tentativa de implantar o culto de Baal, deus fenício.

Como isso aconteceu?
Reino de Israel era bem urbanizado e comercialmente desenvolvido, o que permitiu a penetração de cultos estrangeiros.

Contra esses desvios espirituais, levantaram-se os profetas dos quais um dos mais importantes foi Elias. Na bíblia, conta que ele ressuscitou um morto; fez cair fogo do céu (para provar que seu Deus era mais poderoso que os deuses pagãos) e subiu ao paraíso numa carruagem e cavalos de fogo (não morreu, foi arrebatado).

O reino de Israel se enfraqueceu e acabou dominado pelos arameus e depois pelo Império Assírio, em 722 a.C.

Reino de Judá

Eles também não se deram muito bem. Por serem mais pastoris, continuaram adorando Iavé, mas após a queda do Império Assírio, o Egito e a Babilônia passaram a disputar territórios que estiveram sob domínio assírio.

O reino de Judá aliou-se aos babilônios contra os egípcios e foi derrotado. Aí vários deuses penetraram em Judá. Ficou registrado na bíblia a história do Profeta Jeremias, que tentava trazer o povo de volta para o culto de Iavé, mas Judá não recuperou sua independência, nem sua velha religião.
Depois os babilônios, comandados por um homem chamado Nabucodonosor, conquistou Jerusalém em 587 a.C.

Vários israelitas foram enviados para a Babilônia e foram prisioneiros (Cativeiro da Babilônia) durante 50 anos. Já os que escaparam se espalharam pelo mundo, dando início a um movimento conhecido como Diáspora (dispersão).

Em 539, o rei persa Ciro tomou a Babilônia e liberou os hebreus para voltarem à Palestina. Lá eles se reorganizaram, formaram a monarquia e se mantiveram vassalos do Império Persa.

Como o território em que eles ficaram correspondia a antiga tribo de Judá, seus habitantes passaram a ser chamados de judeus.

Conforme os anos se passaram, o povo judeu acabou subjugado também pelos macedônios – logo após a morte de Alexandre o Grande - que proibiram eles de cultuarem Iavé e, mais tarde, dominados pelos romanos...

...que foi o povo que destruiu Jerusalém, o Templo de Salomão e aprisionaram Jesus. Sob o domínio dos romanos que os judeus foram obrigados, mais do que nunca, a se dispersarem pelo mundo.