domingo, 16 de setembro de 2012

Açúcar e escravidão (Pacto Colonial)

O que é pacto colonial?

A economia da América colonial portuguesa deve complementar a metrópole. Ou seja, ela deve produzir aquilo que Portugal não produz.

Isso era necessário para que Portugal não ficasse para trás nas disputas das potências mundiais.

Ainda não havia sido encontrado ouro no Brasil, e para Portugal ter lucros, era preciso encontrar fontes alternativas de produção.

O pau-brasil tinha uma comercialização limitada e sua exploração era costeira. Não levava os colonos ao povoamento do restante territorial.

Isso tudo era um problema, já que o plano era povoar, ter lucro e se manter como potência.

Os portugueses tinham quase 100 anos de navegação, isso é muita experiência... e em suas outras colônias eles já tinham prática com as técnicas de produção do açúcar.

Nas Ilhas de Madeira e Cabo Verde... produziam cana-de-açúcar. Extremamente lucrativos.

Com isso, Portugal proporcionaria ao mundo o primeiro artigo de consumo em grande escala. O açúcar.

Ele já era conhecido na Europa, tinha sido apresentado pelos árabes à Europa Medieval, mas nunca em grande escala. Servia até de presente para os reis, de tão caro e raro.

As principais produtoras de açúcar foram as capitanias da Bahia e de Pernambuco. Mas também era produzida no Rio e em São Vicente, apesar dessas duas últimas produzirem mais cachaça.

Por isso o nordeste era a principal região econômica no "Brasil".

Os engenhos eram propriedades enormes onde havia próximo a Casa Grande do senhor de engenho e também a senzala.

Apesar de enormes, criavam animais e tudo o mais, não produziam o suficiente para sobreviver por si sós.

Logo, havia pequenos fazendeiros que plantavam outras coisas, como mandioca, milho, feijão e vendiam nas cidades e engenhos.

Ou seja, havia um Mercado Interno. Porém, esse mercado não dava conta de alimentar todos e consequentemente ocasionava fome e morte em determinados períodos. Dessa forma, a colonia dependia da metrópole para se reabastecer com produtos.

Daí o Pacto Colonial.

E quem financiava esse engenhos? Porque eles são caríssimos de serem mantidos: produto, técnica, mão de obra, etc.


No século XVII, a Holanda era uma das maiores potências econômicas da Europa. Um dos negócios mais lucrativos da burguesia flamenga tinha a ver com o açúcar do Brasil. Os holandeses financiavam a produção do açúcar, em troca recebiam o pagamento dos juros. Em várias ocasiões, os comerciantes portugueses contrataram companhias de navegação holandesas para transportar o açúcar do Brasil até Lisboa. Grande parte do açúcar saía do Brasil em estado bruto para ser refinado em Amsterdã.

Naqueles tempos, os burgueses holandeses monopolizavam muitas rotas de comércio de açúcar entre os países europeus. Por isso os comerciantes portugueses tinham de vender seu açúcar diretamente aos holandeses, que revendiam pelo resto da Europa.

No entanto, a ligação comercial amistosa que existia entre Holanda, Portugal e Brasil foi encerrada, quando aconteceu a União Ibérica, ou seja, o jovem rei português, D. Sebastião morreu sem deixar filhos e o parente mais próximo era o seu primo, Filipe II, rei da Espanha. Dessa maneira, Filipe II tornou-se também rei de Portugal. A União Ibérica durou de 1580 a 1640. Acontece que na época a Holanda estava em guerra com a Espanha, sua antiga metrópole.

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