terça-feira, 18 de setembro de 2012

Origens da 2º Guerra Mundial - Parte I


Entre 1919 – 1930

Configuração diplomática opõe dois campos:
Vencedores -> Potências empenhadas em aplicar as cláusulas do tratado de Versalhes. França está a frente.
Perdedores -> Revisionistas das cláusulas. Alemanha a frente.

Duas questões dominavam a conjuntura internacional.
1º Até 1928, a questão das reparações de guerra.
2º A partir de 1928, a questão do desarmamento -> Os países vencedores queriam diminuir o número de armas na Europa, principalmente dos países que perderam a guerra.

Em 1933, a Alemanha decide se retirar desse tipo de acordo, proposto pela Sociedade das Nações. Pretendem se armar. Por quê?

Porque em 1933 Hitler já era chanceler da Alemanha.

Calma.

A crise econômica também foi a crise da democracia, porque permitiu o surgimento de regimes autoritários. Como?

As consequências da crise fez com que os países se concentrassem no interior de si mesmos, num movimento oposto ao liberalismo econômico dos EUA (onde começou a crise).

Cada país ficou atrás de suas fronteiras econômicas, aumentou as tarifas alfandegárias e praticaram uma política rigorosa de separação.

As relações comerciais se rarefazem.

O nacionalismo econômico aparece e reforça o nacionalismo político e militar.

Essa inspiração nacionalista forma Estados de Guerra, feitos para ela.

Foi nesse nacionalismo e com essa ambição coletiva (de serem melhores, de se safarem da crise, de mostrarem pro mundo o quão são eficazes) que ganhou força o Nacional-Socialismo.

No dia 30 de janeiro de 1933, o Presidente Hindemburgo fez de Adolf Hitler um chanceler.

Isso é interessante. Hitler chegou ao pode pelas vias legais: não houve golpe de força nem na Alemanha, nem na Itália fascista de Mussolini. Lá, foi o Rei que deu o cargo para ele.

Então, pelo menos nas aparências, o fascismo e o nacional-socialismo respeitaram as legalidades constitucionais de cada país.

Hitler conquistou a maioria no Reichstag (parlamento). E aí, ele empreende uma transformação do sistema: dissolução de partidos políticos, de sindicatos, supressão das liberdades.

E daí ele põe fogo no Reichtag. E culpa os comunistas! Com isso ele cria um pretexto para que as pessoas tenham medo dos comunistas e para ele criar uma polícia especial para tomar conta da população. Vigiá-la.

Ele faz coisas boas também. Transforma a sociedade e a economia. Executa uns programas de governo para construir grandes obras públicas, dá trabalho aos desempregados e precipita o rearmamento, pulando fora do tratado que impedia isso, em 33.

Ele sair desse tratado tem um significado muito grande, porque indica o “fim da política fundada na assinatura e no respeito de acordos diplomáticos”.

Aí, em 1935, ele tá construindo aviões de guerra e restabelece o serviço militar obrigatório. Ao mesmo tempo que começa a ignorar as cláusulas militares do Tratado de Versalhes.

A Alemanha alcança e ultrapassa os franceses na quantidade de armas. A França não quer ficar atrás e começa a produzir também, adota o serviço militar e etc. Temos novamente uma corrida armamentista na Europa.

Só que o Estado alemão, quase uma máquina de guerra (espírito de guerra, armas para guerra, discursos explosivos) pretende conquistar e aumentar seu território... e isso vai culminar na invasão da Alemanha sobre outros países, em 1939.

Calma!

Por que Hitler pretende conquistar novos territórios?

Porque ele quer reunir as minorias de mesma língua e mesma raça, saídas da Alemanha “sob imposição a vontade alheia” e que vivem em territórios diferentes e são dominadas por estrangeiros.

Acontece que isso que o Hitler quer ameaça todos os Estados vizinhos que compreendem essas minorias, como a Áustria, a Tchecoslováquia, a Polônia e até a França, por causa da Alsácia, que eles pegaram quando venceram a primeira guerra.

Como ele pega cada um desses lugares?

Na Áustria havia grupos de pessoas que apoiavam o nacional-socialismo. Radicais, em julho de 1934 eles assassinaram o Chanceler Dollfuss.

Esse chanceler era odiado tanto pelos socialistas, que ele atacou com o exército, quanto pelos nazistas, que queriam anexar a Áustria. Então ele não tinha muito apoio interno e foi alvo fácil.

Mas Mussolini não permitiu que a anexação do território acontecesse e enviou seu exército pra lá. Adiaram os planos nazistas.

Mas em 1935, um ano depois, eles conseguiram parte do território austríaco de maneira legal, prevista no Tratado de Versalhes. Acontece que a própria região que quis voltar a fazer parte da Alemanha por meio de votação.

Os nazistas vão montar em cima desses “direito dos povos” de escolher quem seguir ao longo dos próximos anos.

Mas veja você, se em 1934 Mussolino não ajudava Hitler em nada. Em 1935 a coisa toda vai mudar.
Mussolini pretendia dominar territórios na África. É, ainda falando de colonialismo no estilo mais clássico mesmo.

A Itália já mandava na Eritréia e na Somália italiana. Esses dois territórios eram separados por Jibuti, da França, e a Somália britânica e principalmente pelo império da Etiópia.

Desses três que separaram o território dos italianos, a Etiópia era o único país que não fora colonizado pelos europeus (dentro da África, apenas dois, o outro era a Libéria). Ou seja, “tava livre” para ser dominado.

Mas a Etiópia já era considerada um Estado. Era membro da Sociedade das Nações, que proibia guerra entre seus membros.



A Grã Bretanha não gosta nada disso e vai contra os italianos. A França, apesar de tentar fazer uma mediação, acaba apoiando mais a Inglaterra também, e isso tudo irrita o Mussolini, que decide invadir a Etiópia assim mesmo!

Daí os países começam aplicar sanções a Itália, mas ela resiste, porque sua principal fonte era o petróleo e nenhum país dos cinquenta e dois tiveram coragem de aplicar sanções a esse recurso.

Eles tomaram a Etiópia e, além disso, tornaram-se amigos dos alemães, que não se opuseram as atitudes de Mussolini. 

Em outras palavras, isso significou que a Alemanha saiu de seu isolamento político, já que a Itália se colocou ao seu lado.

Aí a Alemanha se sente muito mais confortável para agir e em 7 de março de 1936, Hitler reocupa a margem esquerda do Reno, que era da Alemanha, mas estava sob domínio francês.

Isso enfurece a França e os preocupam. Eles se sentem atacados e decidem reagir... até que percebem que não podem, porque os riscos são muito grandes para sua economia.

Aí seus aliados veem que a França não é tão poderosa assim e perdem a confiança neles, visto que ter a "proteção do Estado francês" não significava muita coisa".

Resultado: Bélgica volta a ser neutra. Polônia começa a se preparar para se defender. A Sociedade das Nações - que era liderada pelos franceses - começa a se desfazer: Alemanha saiu em 1933, Japão também, Itália em 1937.

É o fim da segurança coletiva.

A situação diplomática passa a ser dominada pela existência do Eixo.

Assim chamada porque a linha que liga Berlim a Roma traça um eixo vertical que divide o Leste do Oeste na Europa.

É quando a coisa começa a ficar feia e alguns confrontos começam a acontecer.

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