Guerra Espanhola
A guerra da Espanha, que começa em
18 de Julho de 1936, será um palco onde os blocos contrários, democracias e
regimes autoritários, irão se defrontar.
No começo, tratava-se de uma
tentativa de golpe de Estado militar. Acontece que em 1931 a Espanha havia
deixado de ser uma monarquia e passou a ser uma república. Foi assim durante 5
anos perturbados (2 anos de governo da esquerda, 2 anos da direita), até 1936.
O que aconteceu? Em fevereiro
daquele ano, houve eleições gerais que deram poder a Frente Popular. Um grupo
de partidos de esquerda coligados.
Isso incomodou grandes
proprietários, ricos, militares e a Igreja. Deixou todos eles alarmados.
Foi quando no dia 18 de Julho de
36 estourou uma sublevação militar, que fracassou parcialmente.
Qual era o plano? Dominar o
governo em 24 horas. Não conseguiu.
- Os guardas civis permaneceram
leal ao governo;
- A marinha permaneceu fiel
também – eles eram muito importantes, porque defendiam o Estreito de Gibraltar.
O que impedia de fazer com que os insurrectos transferissem do Marrocos Espanhol
(sua colônia) para a Península Ibérica os exércitos com que eles contavam;
- A Catalunha e as províncias
bascas, gratas à república por lhes haver reconhecido a autonomia, colocam-se
ao lado do governo de Madri.
Mas o governo não tinha exército.
Armou-se então, o povo; milícias improvisadas, coisas do tipo. Ninguém teve uma
vantagem decisiva nessa história e a operação, que devia durar no máximo 24
horas, durou 3 anos.
Ao longo desse período, os insurrectos
conseguiram a ajuda dos governos autoritários. Surgem voluntários fascistas. A
Alemanha manda especialistas, técnicos da guerra aérea e de carros de combate.
Enquanto do lado republicano
ficam as brigadas internacionais e também chegam voluntários, vindos de todos
os países da Europa.
A guerra dentro da Espanha se
torna internacional.
A Espanha se torna o terreno em
que os blocos realizam grandes manobras. A Alemanha experimenta seu material,
exercita seus especialistas, e a Guerra da Espanha é um ensaio da Segunda
Guerra Mundial: bombardeio de cidades, destruição de Guernica, terror sobre a
população civil de Madri e Barcelona, quinta coluna (grupos “traidores”): já
eram os traços do que seria a guerra mundial, só que essa era dentro da Espanha.
Pablo Picasso
Essa guerra civil só vai terminar
em março de 1939, deixando um milhão de mortos. Os nacionalistas triunfam sobre
os republicanos. E quem comandava esses nacionalistas? O General Franco, que
passou a chefiá-los. Sua atuação e seu governo é chamado de franquismo.
A partir de então, a França se vê
cercada. Três regimes autoritários são seus vizinhos.
A Espanha franquista, a Itália e
a Alemanha, entre os quais há uma solidariedade de interesses, laços e
gratidão.
A França então se sente forçada a
encarar a possibilidade de um conflito em três fronteiras: o Reno, os Alpes e
os Pireneus.
O bloco totalitário sai reforçado
da Guerra da Espanha e as democracias, isoladas e enfraquecidas.
O Anschluss
Enquanto a guerra civil espanhola acontecia, Hitler estava
retomando suas ofensivas. Já em 1938, ele tinha assegurado a amizade italiana,
as democracias estão muito ocupadas (ajudando os republicanos da Espanha e se
ajudando), e o rearmamento alemão já fazia grande progresso.
E os EUA? Eles estavam isolados na América, por opção. Foi
votado no Congresso deles leis de neutralidade, que os proibia de estabelecerem
relações comerciais com os países beligerantes (em conflito); os navios não
iriam mais se arriscar, como em 1917. Hitler estava livre.
Por isso ele atacou a Áustria de novo! Em fevereiro de 1938,
a Alemanha havia pressionado o Chanceler Schuschnigg (que sucedeu a Dolfuss,
assassinado pelos nazistas) a colocar um nacional-socialista no Ministério do
Interior, chamado Seiss-Inquart.
Ou seja, o chanceler teve que colocar um inimigo na praça.
Hitler, para dar uma prova de boa vontade ao povo austríaco para preservar sua
independência, anunciou um plebiscito para todos votarem a favor ou contra a
unificação com a Alemanha. 2/3 votou a favor.
Hitler queria mostrar pra Europa que o povo alemão estava
com ele.
O ministro, então, chama as tropas alemãs para restabelecer
a ordem pretensamente perturbada pelo chanceler. O governo Schuschnigg não
podia fazer nada além de se demitir. Foi a invasão alemã, então. Em algumas
horas, no sábado, 12 de março de 38, a Áustria é anexada à Alemanha.
A Europa não reagiu. A Inglaterra hesita. A França passava
por uma crise ministerial. A Itália, que antes fez uma contraofensiva e não
permitiu Hitler tomar a Áustria, agora se tornou cúmplice.
Hitler não parou por aí... era a vez da Tchecoslováquia.
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