domingo, 23 de setembro de 2012

Origens da 2º Guerra Mundial - Parte II


Guerra Espanhola

A guerra da Espanha, que começa em 18 de Julho de 1936, será um palco onde os blocos contrários, democracias e regimes autoritários, irão se defrontar.

No começo, tratava-se de uma tentativa de golpe de Estado militar. Acontece que em 1931 a Espanha havia deixado de ser uma monarquia e passou a ser uma república. Foi assim durante 5 anos perturbados (2 anos de governo da esquerda, 2 anos da direita), até 1936.

O que aconteceu? Em fevereiro daquele ano, houve eleições gerais que deram poder a Frente Popular. Um grupo de partidos de esquerda coligados.

Isso incomodou grandes proprietários, ricos, militares e a Igreja. Deixou todos eles alarmados.
Foi quando no dia 18 de Julho de 36 estourou uma sublevação militar, que fracassou parcialmente.

Qual era o plano? Dominar o governo em 24 horas. Não conseguiu.

- Os guardas civis permaneceram leal ao governo;

- A marinha permaneceu fiel também – eles eram muito importantes, porque defendiam o Estreito de Gibraltar. O que impedia de fazer com que os insurrectos transferissem do Marrocos Espanhol (sua colônia) para a Península Ibérica os  exércitos com que eles contavam;

- A Catalunha e as províncias bascas, gratas à república por lhes haver reconhecido a autonomia, colocam-se ao lado do governo de Madri.

Mas o governo não tinha exército. Armou-se então, o povo; milícias improvisadas, coisas do tipo. Ninguém teve uma vantagem decisiva nessa história e a operação, que devia durar no máximo 24 horas, durou 3 anos.

Ao longo desse período, os insurrectos conseguiram a ajuda dos governos autoritários. Surgem voluntários fascistas. A Alemanha manda especialistas, técnicos da guerra aérea e de carros de combate.

Enquanto do lado republicano ficam as brigadas internacionais e também chegam voluntários, vindos de todos os países da Europa.

A guerra dentro da Espanha se torna internacional.

A Espanha se torna o terreno em que os blocos realizam grandes manobras. A Alemanha experimenta seu material, exercita seus especialistas, e a Guerra da Espanha é um ensaio da Segunda Guerra Mundial: bombardeio de cidades, destruição de Guernica, terror sobre a população civil de Madri e Barcelona, quinta coluna (grupos “traidores”): já eram os traços do que seria a guerra mundial, só que essa era dentro da Espanha.


Pablo Picasso

Essa guerra civil só vai terminar em março de 1939, deixando um milhão de mortos. Os nacionalistas triunfam sobre os republicanos. E quem comandava esses nacionalistas? O General Franco, que passou a chefiá-los. Sua atuação e seu governo é chamado de franquismo.

A partir de então, a França se vê cercada. Três regimes autoritários são seus vizinhos.

A Espanha franquista, a Itália e a Alemanha, entre os quais há uma solidariedade de interesses, laços e gratidão.

A França então se sente forçada a encarar a possibilidade de um conflito em três fronteiras: o Reno, os Alpes e os Pireneus.

O bloco totalitário sai reforçado da Guerra da Espanha e as democracias, isoladas e enfraquecidas.

O Anschluss

Enquanto a guerra civil espanhola acontecia, Hitler estava retomando suas ofensivas. Já em 1938, ele tinha assegurado a amizade italiana, as democracias estão muito ocupadas (ajudando os republicanos da Espanha e se ajudando), e o rearmamento alemão já fazia grande progresso.

E os EUA? Eles estavam isolados na América, por opção. Foi votado no Congresso deles leis de neutralidade, que os proibia de estabelecerem relações comerciais com os países beligerantes (em conflito); os navios não iriam mais se arriscar, como em 1917. Hitler estava livre.

Por isso ele atacou a Áustria de novo! Em fevereiro de 1938, a Alemanha havia pressionado o Chanceler Schuschnigg (que sucedeu a Dolfuss, assassinado pelos nazistas) a colocar um nacional-socialista no Ministério do Interior, chamado Seiss-Inquart.

Ou seja, o chanceler teve que colocar um inimigo na praça. Hitler, para dar uma prova de boa vontade ao povo austríaco para preservar sua independência, anunciou um plebiscito para todos votarem a favor ou contra a unificação com a Alemanha. 2/3 votou a favor.

Hitler queria mostrar pra Europa que o povo alemão estava com ele.

O ministro, então, chama as tropas alemãs para restabelecer a ordem pretensamente perturbada pelo chanceler. O governo Schuschnigg não podia fazer nada além de se demitir. Foi a invasão alemã, então. Em algumas horas, no sábado, 12 de março de 38, a Áustria é anexada à Alemanha.

A Europa não reagiu. A Inglaterra hesita. A França passava por uma crise ministerial. A Itália, que antes fez uma contraofensiva e não permitiu Hitler tomar a Áustria, agora se tornou cúmplice.

Hitler não parou por aí... era a vez da Tchecoslováquia.

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