terça-feira, 1 de maio de 2012

Encontrado o Ouro! – Parte II (Guerra dos Emboabas)

A extração  de ouro e diamantes no Brasil deu origem à intervenção regulamentadora mais ampla que a Coroa já havia realizado.


Ela elaborou várias medidas para organizar a vida social nas minas e em outras partes da Colônia, seja em proveito próprio, seja para evitar que a corrida ao ouro resultasse em caos total.


Um exemplo: como muita gente queria ir pra Minas, a coroa limitou a entrada dessa galera pra não desapropriar as regiões já ocupadas da colônia.


Outro: Pra reduzir o contrabando e aumentar suas receitas, a Coroa estabeleceu formas de arrecadação de tributos.


De um modo geral, houve dois sistemas básicos: o do quinto e o da capitação.

1.         O quinto consistia na determinação de que a quinta parte de todos os metais extraídos devia pertencer ao rei. Esse quinto era deduzido do ouro em pó ou em pepitas que eram levados as casas de fundição.
2.         A capitação foi lançada pela Coroa para lucrar mais ainda, porque era mais abrangente. Consistia num imposto cobrando por cabeça de escravos, produtivos ou não, de sexo masculino ou feminino, maior de 12 anos, que estivessem na região.


É interessante saber que, como os paulistas foram os primeiros a chegarem no local, a Câmara de São Paulo reivindicou junto ao rei de Portugal que somente os moradores da vila de São Paulo poderiam obter concessões de exploração.


Acontece que os fatos se encarregaram de demonstrar a inviabilidade do pretendido diante da onda não só de portugueses, mas de brasileiros, sobretudo baianos, que chegavam à região de minas.


Disso resultou a guerra civil conhecida como Guerra dos Emboabas (1708-1709)


O que foi essa guerra?
Foi uma sucessão de conflitos que opos paulistas (os bandeirantes que descobriram as regiões mineradores nos sertões de São Paulo) contra os emboabas.


Emboaba é uma designação genérica de forasteiros que avançaram em cima das regiões que os paulistas consideravam suas. Claro, boa parte do Estado de Minas Gerais de hoje, na ocasião era o sertão da capitania de São Paulo e Rio de Janeiro. Era uma área indefinida. Por isso chama-se Minas Gerais, já que as minas estavam espalhadas por um território indefinido.


E por que “emboaba”?
Emboaba é uma palavra de origem tupi, que significa “aves de pés emplumados”. Diziam isso porque os portugueses calçvam botas altas. Mas a palavra tem conteúdo pejorativo e passou a designar aquele que não era paulista.


Então essa guerra foi um conflito repleto de brigas, tiros, corre corre e que tomou conta da região durante alguns meses. Os paulistas pretendiam controlar a região a qualquer custo, porque tinham o monópólio da região nos primeiros tempos. Ocupavam cargos administrativos importantes, etc.


Mas os emboabas engrossaram a população e mudaram o jogo de forças. Passaram então a reivindicar os mesmos cargos dos paulistas. Daí o levante. Que é um levante dos emboabas contra os paulistas.


Os emboabas venceram os paulistas.
Venceram não só no campo militar, mas também no campo ideológico. * pesquisar Manuel Nunes Viana


Para a Coroa não era interessante os paulistas ficarem no poder da região das minas, porque eles eram considerados rudes, bárbaros, mal sabiam a língua portuguesa. Significaram um risco para o domínio português na América Portuguesa.


O conflito é resolvido em 1709, quando um governador chamado Antonio de Albuquerque consegue entrar na região, cria câmaras e leva o conflito pro âmbito do universo das disputas políticas nas câmaras municipais e vai nascendo aí o território, com seus edifícios de organização pública.


Mais do que a criação de Minas, isso tudo colaborou com a criação do próprio brasileiro!

Veja,
Houve a primeira grande diáspora histórica do. Conta-se quase 800 mil portugueses, quase 1 milhão de africanos, havia os índios na região e os colonizadores de pernambuco, de são paulo, etc. Esse caldeirão colaborou para formação do que é o brasileiro.


Por exemplo, o idioma portugues só se tornou dominante no brasil por causa do episódio do ouro de minas. Antes era um guarani codificado pelos jesuítas, que era falado em SP, no Amazonas, no interior do nordeste, etc.

Segunda Corrida do Ouro (década de 80 do século XX)




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