quinta-feira, 17 de maio de 2012

A Unificação Alemã

O congresso de Viena formou na região norte da Europa a Confederação Germânica, composta por 39 Estados soberanos.

Dois Estados se destacavam nessa região:

1º Império Austríaco – absolutista e de economia agrária, cuja supremacia era garantida pelo número de Estados que tinha na confederação.

A Áustria se contrapunha a...
2º Prússia, que era mais desenvolvida comercialmente e industrialmente.
Elas se contrapunham no tocante as influências de poderes e alianças dentro da Confederação. E a Prússia tinha uma ambição interessante... ela buscava um grande Estado germânico afim de se afirmar internacionalmente.



O primeiro passinho para essa unificação foi em 1832, quando criaram o Zollverein – união alfandegária – que derrubou as barreiras aduaneiras entre os Estados alemães.

Isso fez com que o comercialismo e industrialismo alemão se desenvolvessem melhor.

Como a Prússia e a Áustria já trocavam faíscas, os prussianos pretenderam deixar os austríacos de fora do Zollverein, mas a Áustria ameaçou guerrear e fez com que a Prússia recuasse nessa situação.
A partir daí o Império Austríaco viu que poderia impor seus interesses dentro da Confederação Germânica (1820) e ela era contrária à unificação, enquanto a Prússia iniciou, principalmente a partir de 1860, sua luta pela unificação alemã.

Qual estratégia?

Exaltar o espírito nacionalista alemão por meio da participação em guerras. Quem estava a frente desse plano era o chanceler Otto Von Bismarck.



Otto Von Bismarck foi um diplomata e político prussiano. Um dos mais importantes para a Alemanha, inclusive, por lançar as bases do 2º Reich (Império) alemão.  Filho de uma família rica, grandes proprietários junkers.

Junkers são aqueles que fazem parte da alta burguesia e mantém alianças com os grandes proprietários aristocratas. Burgueses que conquistaram sua nobreza.

Ele queria a unificação alemã.

Então, retomando: O plano era exaltar o espírito nacionalista alemão por meio da participação em guerras.

Prússia e Áustria se juntaram numa luta contra a Dinamarca, chamada Guerra dos Ducados (1864), porque queriam a devolução de alguns ducados (Holstein e Schleswig) que ficaram com a Dinamarca por causa do Congresso de Viena.

Obviamente eles venceram, mas surgiu um problema aí e mais uma guerra: A guerra das Sete Semanas, em que a Prússia derrotou a Áustria nesse período. A disputa entre elas é óbvia: ambas queriam os ducados tomados da Dinamarca.

Além da Prússia ficar com os territórios em disputa, a Confederação Germânica ficou insustentável e chegou ao fim.

Os Estados precisaram se reorganizar e Bismarck, agindo em nome do kaiser Guilherme I Hohenzolern, colaborou para que surgisse a Confederação Germânica do Norte.

Já os Estados do sul mantiveram sua autonomia ou se renderam a influência austríaca. Eles eram um empecilho para unificação.

Outro empecilho era Napoleão III, que não queria uma potência em sua fronteira.

Bismarck, muito inteligente, explorou a rivalidade franco-prussiana e aí as tensões se aguçaram quando, em 1869, o trono espanhol ficou vago. A pessoa indicada para o trono foi um cara chamado Leopoldo Hohenzollern – primo do kaiser Guilherme I.

Napoleão III não gostou nada disso porque via um cerco dessa dinastia alemã ao seu país e vetou a sucessão ao trono.

Bismarck, então, aproveitou para forjar um estado de guerra entre França e Prússia. Ele alterou o texto de uma carta de Guilherme I ao embaixador francês.

Eles estavam se comunicando por cartas sobre assuntos relacionados ao trono espanhol e o Guilherme I acatava algumas coisas impostas pelo Napoleão III.

Na carta,
O rei havia dito que não poderia se encontrar com o embaixador francês, se desculpou e explicou os motivos, enquanto Bismarck, após alterar o texto, disse apenas que o rei não pretendia se encontrar com o embaixador e não tinha mais nada pra falar com ele.

Isso soou ofensivo para os franceses e imediatamente foi declarada guerra.

Bismarck não declararia guerra só pra brincar e ele já tinha previsto algumas coisas:
1.       Que os Estados do sul da antiga Confederação Germânica se juntariam a causa prussiana.
2.       Que eles venceriam a guerra por isso.

Em 1871, para humilhação dos franceses, foi criado na Sala dos Espelhos do Palácio de Versalhes o Segundo Reich alemão.

Derrotaram os franceses e unificaram o território graças ao sentimento de nacionalidade contra um inimigo comum. Com a vitória, foi feito o Tratado de Frankfurt que dizia o seguinte:
França tinha que pagar 5 bilhões de francos e entregar as regiões de Alsácia e Lorena, que eram ricas em minérios.

Isso tudo fermentou o revanchismo francês.

Com a unificação, a Alemanha cresceu vertiginosamente e em 1900 já produzia mais aço que a Inglaterra.

Suas industrias colocaram em risco a hegemonia britânica mundial e começou a causar um clima negativo na Europa, que nós chamamos de Paz Armada.

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