O congresso de
Viena formou na região norte da Europa a Confederação Germânica, composta por
39 Estados soberanos.
Dois Estados se
destacavam nessa região:
1º Império
Austríaco – absolutista e de economia agrária, cuja supremacia era garantida
pelo número de Estados que tinha na confederação.
A Áustria se
contrapunha a...
2º Prússia, que
era mais desenvolvida comercialmente e industrialmente.
Elas se
contrapunham no tocante as influências de poderes e alianças dentro da
Confederação. E a Prússia tinha uma ambição interessante... ela buscava um
grande Estado germânico afim de se afirmar internacionalmente.
O primeiro
passinho para essa unificação foi em 1832, quando criaram o Zollverein – união alfandegária – que derrubou
as barreiras aduaneiras entre os Estados alemães.
Isso fez com que
o comercialismo e industrialismo alemão se desenvolvessem melhor.
Como a Prússia e
a Áustria já trocavam faíscas, os prussianos pretenderam deixar os austríacos
de fora do Zollverein, mas a Áustria
ameaçou guerrear e fez com que a Prússia recuasse nessa situação.
A partir daí o
Império Austríaco viu que poderia impor seus interesses dentro da Confederação
Germânica (1820) e ela era contrária à unificação, enquanto a Prússia iniciou,
principalmente a partir de 1860, sua luta pela unificação alemã.
Qual estratégia?
Exaltar o
espírito nacionalista alemão por meio da participação em guerras. Quem estava a
frente desse plano era o chanceler Otto Von Bismarck.
Otto Von Bismarck foi um diplomata e político prussiano. Um dos mais
importantes para a Alemanha, inclusive, por lançar as bases do 2º Reich
(Império) alemão. Filho de uma família
rica, grandes proprietários junkers.
Junkers são
aqueles que fazem parte da alta burguesia e mantém alianças com os grandes
proprietários aristocratas. Burgueses que conquistaram sua nobreza.
Ele queria a
unificação alemã.
Então,
retomando: O plano era exaltar o espírito nacionalista alemão por meio da
participação em guerras.
Prússia e
Áustria se juntaram numa luta contra a Dinamarca, chamada Guerra dos Ducados
(1864), porque queriam a devolução de alguns ducados (Holstein e Schleswig) que
ficaram com a Dinamarca por causa do Congresso de Viena.
Obviamente eles
venceram, mas surgiu um problema aí e mais uma guerra: A guerra das Sete
Semanas, em que a Prússia derrotou a Áustria nesse período. A disputa entre
elas é óbvia: ambas queriam os ducados tomados da Dinamarca.
Além da Prússia
ficar com os territórios em disputa, a Confederação Germânica ficou
insustentável e chegou ao fim.
Os Estados
precisaram se reorganizar e Bismarck, agindo em nome do kaiser Guilherme I
Hohenzolern, colaborou para que surgisse a Confederação Germânica do Norte.
Já os Estados do
sul mantiveram sua autonomia ou se renderam a influência austríaca. Eles eram
um empecilho para unificação.
Outro empecilho
era Napoleão III, que não queria uma potência em sua fronteira.
Bismarck, muito
inteligente, explorou a rivalidade franco-prussiana e aí as tensões se aguçaram
quando, em 1869, o trono espanhol ficou vago. A pessoa indicada para o trono
foi um cara chamado Leopoldo Hohenzollern – primo do kaiser Guilherme I.
Napoleão III não
gostou nada disso porque via um cerco dessa dinastia alemã ao seu país e vetou
a sucessão ao trono.
Bismarck, então,
aproveitou para forjar um estado de guerra entre França e Prússia. Ele alterou
o texto de uma carta de Guilherme I ao embaixador francês.
Eles estavam se
comunicando por cartas sobre assuntos relacionados ao trono espanhol e o Guilherme
I acatava algumas coisas impostas pelo Napoleão III.
Na carta,
O rei havia dito
que não poderia se encontrar com o embaixador francês, se desculpou e explicou
os motivos, enquanto Bismarck, após alterar o texto, disse apenas que o rei não
pretendia se encontrar com o embaixador e não tinha mais nada pra falar com ele.
Isso soou
ofensivo para os franceses e imediatamente foi declarada guerra.
Bismarck não
declararia guerra só pra brincar e ele já tinha previsto algumas coisas:
1.
Que os Estados do sul da antiga Confederação Germânica
se juntariam a causa prussiana.
2.
Que eles venceriam a guerra por isso.
Em 1871, para
humilhação dos franceses, foi criado na Sala dos Espelhos do Palácio de
Versalhes o Segundo Reich alemão.
Derrotaram os
franceses e unificaram o território graças ao sentimento de nacionalidade
contra um inimigo comum. Com a vitória, foi feito o Tratado de Frankfurt que
dizia o seguinte:
França tinha que
pagar 5 bilhões de francos e entregar as regiões de Alsácia e Lorena, que eram
ricas em minérios.
Isso tudo
fermentou o revanchismo francês.
Com a
unificação, a Alemanha cresceu vertiginosamente e em 1900 já produzia mais aço
que a Inglaterra.
Suas industrias
colocaram em risco a hegemonia britânica mundial e começou a causar um clima
negativo na Europa, que nós chamamos de Paz Armada.
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