domingo, 27 de maio de 2012

Revolução Russa - Parte III


(A Revolução fracassada de 1905. Um “ensaio geral”)

Em 1905, a Rússia foi derrotada pelo Japão em uma guerra pela disputa da Manchúria região do nordeste da China.


O descontentamento social, no campo e na cidade, somou-se à decepção com a derrota militar. Estava criado o clima para a revolta.

Em janeiro de 1905, foi feita uma petição ao czar em nome dos trabalhadores do campo e da cidade. Por sugestão de membros do Partido Social Revolucionário, foram incluídos no documento exigências bastante radicais:
liberdade de imprensa e de associação sindical,
direito de greve,
expropriação dos latifúndios,
convocação de uma Assembléia Constituinte,
ensino público gratuito e obrigatório,
jornada de trabalho de oito horas.

No dia 9 de janeiro milhares de operários e suas famílias se dirigiam ao Palácio de Inverno do czar, quando foram metralhados. Mais de mil mortos! Foi o denominado Domingo Vermelho ou Domingo Sangrento.

No dia seguinte teve início uma greve geral. Foi quando se criou em São Petersburgo o primeiro soviete, que eram uma forma de comissão ou de conselho de  operários, camponeses e soldados que funcionava para uma ajuda mútua entre os trabalhadores durante a greve.

Logo surgiram sovietes em outras cidades e regiões do país. Essa forma de organização, como veremos, foi muito importante no processo revolucionário.

A repressão czarista foi dura, conseguindo esfriar a luta revolucionária, mas quando chegou a notícia da derrota definitiva na guerra contra o Japão, o movimento ganhou nova força. A revolta atingiu o exército e a marinha, com grupos de soldados aderindo aos revoltosos.

Todo o ano de 1905 foi marcado por greves, protestos e revoltas.

No final do ano, depois de um endurecimento da repressão policial e da censura, com a prisão em massa de opositores e fechamento de sovietes, uma revolta armada de operários foi violentamente esmagada em Moscou.

A revolução estava derrotada.

Todavia, o czar cumpriu a promessa feita durante a revolta e permitiu o funcionamento de um Parlamento (a Duma) que era rigidamente vigiado pelo governo autocrático. O Parlamento pouco pode fazer para influenciar o governo czarista. Ao mesmo tempo, a repressão continuava implacável com os opositores.

A Revolução de 1905 foi depois denominada de “ensaio geral” para a Revolução de 1917, a que destruiria finalmente o regime czarista. De fato ela serviu de experiência para os revolucionários.

Ficou claro o caráter misto da Revolução de 1905.

Ela foi uma revolta liberal burguesa contra o regime autoritário.
Foi também uma reação violenta do operariado ao Domingo Sangrento, aos baixos salários e às demissões arbitrárias dos que ousavam reivindicar melhorias.
Foi também uma revolta dos camponeses, desesperada e violenta.

A fraqueza do movimento revolucionário foi, principalmente, o fato dessas três tendências da Revolução não estarem combinadas e articuladas entre si.

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