As Bandeiras
A grande marca
deixada pelos paulistas na vida colonial do século XVII foram as bandeiras.
O que eram?
Expedições.
Reuniam milhares
de índios e lançavam-se pelo sertão, passando meses e às vezes anos em busca de
indígenas a serem escravizados e metais preciosos.
Mas índios
caçavam índios?
Sim. Não é
difícil entender que os índios já cativos participassem dessas expedições,
porque a guerra era uma atividade própria do homem nas sociedades indígenas.
Haviam também os
mamelucos (filho de índio com branco) e os próprios brancos.
Por exemplo, a
grande bandeira de Raposo Tavares, que atacou a região de Guaíra em 1629 era
composta de 69 brancos, 900 mamelucos e 2 mil indígenas.
E quais eram as
relações, os interesses da coroa e do bandeirismo?
Houve bandeiras
que contaram com o incentivo direto da administração portuguesa e outras que
não.
De modo geral,
eles buscavam metais preciosos, o apresamento de índios e, não menos importante,
a expansão territorial. Todos esses eram objetivos da metrópole!
Outros
trabalhos, como guerrear também existia. Foram os bandeirantes que liquidaram
com o quilombo dos Palmares em Alagoas (1690-1695).
Palmares foi o
maior e mais duradouro de todos os quilombos brasileiros. Começou em 1597,
quando cerca de 40 escravizados fugiram de um engenho no litoral nordestino e
refugiaram-se na Serra da Barriga, em Alagoas. O lugar era cheio de palmeiras e
daí o nome.
Quando os
holandeses invadiram o nordeste (1624-1654) muitos escravos fugiram e o
quilombo chegou a acumular 15 mil habitantes.
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SOBRE A HOLANDA
Você se lembra
de que houve a União Ibérica, que durou de 1580 até 1640? Quando foi unificada
a coroa portuguesa e espanhola. Felipe II era neto do rei de Portugal, D.
Manuel I, e assumiu o trono.
Daí dois fatores
importantes merecem destaques:
1.
O tratado de Tordesilhas podia ser ignorado.
2.
Espanha estava em guerra contra os países
baixos. Uma guerra que não tinha nada a ver com Portugal. Agora, sob uma única
coroa, os países baixos passaram também a atacar Portugal.
Por que eles estavam
em guerra?
Os países baixos
eram governados também pelo Império Espanhol de Felipe II.
e lutavam por dois
motivos:
1.
Eles queriam ser independentes.
2.
Eles eram de maioria calvinista, enquanto a
Espanha era católica.
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SOBRE A HOLANDA
Tinha de tudo
por lá, africanos, descendentes de africanos, brancos pobres e índios.
Palmares estava
sempre em guerra porque as autoridades portuguesas e os senhores de engenho não
conseguiam ficar em paz sabendo que havia um lugar para seus escravos fugirem.
Nessas várias guerras, se destacou um carinha chamado Zumbi, que começou a
liderar o grupo.
As autoridades
então contrataram o mercenário Domingos Jorge Velho. Ele, com seu exército de
6,5 mil homens, derrubaram com balas de canhão as muralhas do quilombo. Foi um
massacre para os quilombolas esse ano de 1694.
Zumbi escapou,
mas foi morto no ano seguinte por traição. Morreu no dia 20 de novembro de 95.
Por isso esse é o Dia Nacional da Consciência Negra.
Voltando às
bandeiras. Eles desbravavam o território, descobriam-no, buscavam ouros e
índios. Mas o que faziam com esses índios?
Vendiam como
escravos em São Vicente... e também no Rio. Lá a produção de açúcar e trigo se
desenvolvia.
Os dados indicam
que pelo menos 1/3 ou 1/4 da força de trabalho dos engenhos no Rio era de
índios.
Não podemos
ignorar o fato de que entre 1625 e 1650 os holandeses estavam atrapalhando o
comércio de escravos.
Não é por acaso que as bandeiras são marcas desse
período.
Então...
Além dos
holandeses atrapalharem a vinda de escravos africanos para a América
Portuguesa, eles desorganizaram a vida nos engenhos do nordeste, quando
invadiram, e colaboraram com a fuga de mais escravos. Daí Palmares abrigar
tanta gente.
E, o tratado de
Tordesilhas estava sendo ignorado... ou seja, a galera podia ir conhecer o
território central.
Tudo isso
influenciou para o bandeirismo.
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