O Estado
absoluto era uma espécie de “estado feudal transformado”, formado pelos
senhores feudais, que mantinham valores e privilégios. Mas também havia um
dinâmico agente mercantil, unificando mercados, eliminando barreiras internas
que entravavam o comércio, uniformizando moedas, leis e línguas.
Esse modelo de
governo surgiu da aliança rei-burguesia na baixa Idade Média e logo se tornou
aristocrático (aristos, melhores – kratos, poder), necessitando cada vez mais
de uma crescente tributação.
Teóricos do Absolutismo
Houve uma
reestruturação na ideologia política européia desse período que desbancou a
supremacia da mentalidade escolástica.
Escolástica –
Para Tomás de Aquino, o criador da escolástica, a política possuía um conteúdo
ético que deveria estar subordinada a valores ditados pela Igreja.
Na Idade Moderna
criaram uma nova ideologia: para os modernos, a política (representada pela
figura do soberano) deveria atender ao “interesse nacional”.
Um importante
pensador dessa época foi Nicolau Maquiavel (1469-1527). Ele é famoso pela frase
“os fins justificam os meios” que, em outras palavras, quer dizer que o
soberano pode fazer tudo, desde que busque o bem-estar do Estado, mesmo que
usar a força ou matar pessoas.
Um outro
importante foi Thomas Hobbes (1588 – 1619) que definiu a ideologia absolutista
muito bem. Ele escreveu um livro chamado “Leviatã” e nesse livro ele defende
que os seres humanos se confrontam o tempo inteiro e vivem numa “guerra de
todos contra todos”, esse é o nosso “estado de natureza”. Ninguém está sujeito
a lei alguma, todos são egoístas e buscam o poder pelo interesse próprio. Ele é
famoso por dizer a seguinte frase: “O homem é como um lobo para o homem”. E o
que é o Leviatã? Uma criatura mitológica, poderosa, que simboliza o Estado, que
deve ser grande e poderoso para dominar todos os cidadãos. Assim, a autoridade
do Estado deve ser absoluta a fim de proteger os cidadãos contra a violência e
o caos dos próprios cidadãos em seu “estado de natureza”.
Houve outros
teóricos do absolutismo, mas esses são os dois mais importantes.
França –
A França era
dominada pelas “guerras de religião”, principalmente durante o século XVI, o
que tornava a unificação territorial muito difícil com a população divida entre
o catolicismo e o protestantismo.
Houveram alguns
reis na França, mas o que nos importa são aqueles da dinastia Bourbon, quando
um cara chamado Henrique de Navarra Bourbon subiu ao poder em 1589.
Ele era
protestante e teve de enfrentar a oposição dos católicos para ser coroado. A
guerra não parava, e o rei da Espanha, Felipe II, ajudava aos católicos
espanhóis enfrentarem o rei protestante. Ele era católico.
Henrique viu que
isso era um grande problema para ele e decidiu abandonar o protestantismo. Aí
sim, ele foi aceito em Paris e tornou-se rei de fato. Reinou de 1589 até 1610.
Como as guerras não cessaram, agora quem reclamava eram os protestantes ele
decidiu que na França deveria haver liberdade de culto, e oficializou em 1598 o
Edito de Nantes, pacificando todo país e consolidando o absolutismo na França.
Depois que
Henrique IV morreu, era a vez de Luís XIII reinar de 1610 até 1643. Ele não foi
lá um grande rei e quem fez de seu reinado importante, na verdade, foi o seu
ministro de Estado, o cardeal Richelieu (1624-1642), que tentava enfraquecer
cada vez mais a nobreza e aqueles que eram contrários ao rei. Graças a ele a
França se tornou uma grande potência na Europa da época. Chegou até a colocar a
França numa guerra, chamado “Guerra dos trinta anos”, que eram guerras
essencialmente religiosas espalhadas pela Europa, mas sua intenção era
enfraquecer outra dinastia, os Habsburgos, que dominavam a Espanha.
Essas dinastias
disputavam a hegemonia européia e por isso estavam em constante conflito.
Paralelamente a essa guerra, Richeleu caiu, assim como Luís XIII para dar vez
ao reinado de Luís XIV (1643 – 1715), também conhecido como o Rei Sol. Ele é
famoso pela seguinte frase: “O Estado sou eu”. Ele transferiu sua corte para
Versalhes, num baita conjunto arquitetônico e atraiu a atenção de toda Europa.
Aqui o absolutismo estava no ápice.
Como ele se
envolvia em muitas guerras, abalou as finanças do Estado e acabava cobrando
muitos impostos da população. Isso gerava problemas, porque o povo e a
burguesia ficavam descontentes, atraindo críticas e oposições.
Mas ele era
radical e determinou o seguinte princípio: “Um rei, uma lei, uma fé”. Ele
retirou o Edito de Nantes e começou as perseguições religiosas novamente, agora
aos protestantes. Isso arruinou a economia mercantil e aí sim, o regime absolutista
começou a ruir.
Luís XV e Luís
XVI vieram depois, mas não conseguiram arrumar o problemão que o Luís XIV tinha
causado. Um rival havia surgido para ocupar a Europa de maneira hegemônica: a
Inglaterra.
Inglaterra –
Quem reinava era
a dinastia Tudor (1485-1603), apoiada pela burguesia e pelo Parlamento.
Importa-nos um cara chamado Henrique VIII (1509-1547), que sujeitou o
Parlamento à monarquia inglesa e fundou, em 1534, a Igreja Anglicana. Seus
filho teve um reinado curto e sua filha, Maria I, casou com o rei da Espanha, o
Felipe II, restabeleceu o catolicismo e perseguiu os protestantes.
Quando ela
morreu, quem subiu ao trono foi Elizabeth I (1558-1603) e voltou para Igreja
Anglicana. Investiu no mercantilismo e na navegação.
Foi no reinado
dela que começou a colonização na América do Norte, mas em 1588, Felipe II da
Espanha armou uma expedição naval para atacar a Inglaterra e confirmar sua
hegemonia em todo mundo. MAS... ele se deu muito mal e a Inglaterra acabou com
a armada de Felipe II. Daí em diante a Espanha entrou em decadência economia e
Portugal, que também fazia parte da Espanha nessa época, sofreu da mesma
maneira.
A rainha morreu
sem herdeiros e o rei da Escócia assumiu o trono, começava a dinastia Stuart
com Jaime I.
Muitos não
ficaram felizes com isso, achavam ele um estrangeiro. Como ele manteve o
anglicanismo e caçou católicos e puritanos calvinistas, estes decidiram partir
para “nova Inglaterra”, hoje conhecida como “Estados Unidos das Américas”.
Depois de Jaime
I veio Carlos I, que decidiu dissolver o Parlamento. Isso causou uma guerra
civil na Inglaterra. As conseqüências? Cabeças rolaram, o Parlamento venceu e
mandou cortar a cabeça do rei.
Isso simbolizava
bastante porque sepultava um princípio político central da modernidade: a idéia
da origem divina do rei e de sua incontestável autoridade.
Oliver Cromwell
governou até morrer, ele era um homem do Parlamento (que acabou com o
Parlamento) e morreu em 1658. Os Stuarts voltaram ao poder, surge Carlos II e
tenta colocar o Absolutismo novamente na Inglaterra. Seu filho, Jaime II,
continua tentando a mesma coisa, mas, por questões políticas (e medo dos
católicos tomarem o poder), poderosos grupos políticos começam a apoiar um cara
chamado Guilherme de Orange, protestante, que invade a Inglaterra e tira o
Jaime II do poder. Ele estabelece uma Monarquia Parlamentar.
Ou seja, o
Parlamento mandava no rei. Esse acontecimento é chamado de “Revolução Gloriosa”
(1688-89), quando é substituído o Absolutismo pela Monarquia Parlamentar
Constitucional.
Paralelamente a
todos esses acontecimentos e também conseqüente deles, surgem “As grandes
navegações e a colonização da América e da África”.
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