domingo, 8 de abril de 2012

Teóricos do Absolutismo, e o absolutismo Francês e Inglês

O Estado absoluto era uma espécie de “estado feudal transformado”, formado pelos senhores feudais, que mantinham valores e privilégios. Mas também havia um dinâmico agente mercantil, unificando mercados, eliminando barreiras internas que entravavam o comércio, uniformizando moedas, leis e línguas.

Esse modelo de governo surgiu da aliança rei-burguesia na baixa Idade Média e logo se tornou aristocrático (aristos, melhores – kratos, poder), necessitando cada vez mais de uma crescente tributação.

Teóricos do Absolutismo
Houve uma reestruturação na ideologia política européia desse período que desbancou a supremacia da mentalidade escolástica.

Escolástica – Para Tomás de Aquino, o criador da escolástica, a política possuía um conteúdo ético que deveria estar subordinada a valores ditados pela Igreja.

Na Idade Moderna criaram uma nova ideologia: para os modernos, a política (representada pela figura do soberano) deveria atender ao “interesse nacional”.

Um importante pensador dessa época foi Nicolau Maquiavel (1469-1527). Ele é famoso pela frase “os fins justificam os meios” que, em outras palavras, quer dizer que o soberano pode fazer tudo, desde que busque o bem-estar do Estado, mesmo que usar a força ou matar pessoas.

Um outro importante foi Thomas Hobbes (1588 – 1619) que definiu a ideologia absolutista muito bem. Ele escreveu um livro chamado “Leviatã” e nesse livro ele defende que os seres humanos se confrontam o tempo inteiro e vivem numa “guerra de todos contra todos”, esse é o nosso “estado de natureza”. Ninguém está sujeito a lei alguma, todos são egoístas e buscam o poder pelo interesse próprio. Ele é famoso por dizer a seguinte frase: “O homem é como um lobo para o homem”. E o que é o Leviatã? Uma criatura mitológica, poderosa, que simboliza o Estado, que deve ser grande e poderoso para dominar todos os cidadãos. Assim, a autoridade do Estado deve ser absoluta a fim de proteger os cidadãos contra a violência e o caos dos próprios cidadãos em seu “estado de natureza”.

Houve outros teóricos do absolutismo, mas esses são os dois mais importantes.

França –
A França era dominada pelas “guerras de religião”, principalmente durante o século XVI, o que tornava a unificação territorial muito difícil com a população divida entre o catolicismo e o protestantismo.
Houveram alguns reis na França, mas o que nos importa são aqueles da dinastia Bourbon, quando um cara chamado Henrique de Navarra Bourbon subiu ao poder em 1589.

Ele era protestante e teve de enfrentar a oposição dos católicos para ser coroado. A guerra não parava, e o rei da Espanha, Felipe II, ajudava aos católicos espanhóis enfrentarem o rei protestante. Ele era católico.
Henrique viu que isso era um grande problema para ele e decidiu abandonar o protestantismo. Aí sim, ele foi aceito em Paris e tornou-se rei de fato. Reinou de 1589 até 1610. Como as guerras não cessaram, agora quem reclamava eram os protestantes ele decidiu que na França deveria haver liberdade de culto, e oficializou em 1598 o Edito de Nantes, pacificando todo país e consolidando  o absolutismo na França.

Depois que Henrique IV morreu, era a vez de Luís XIII reinar de 1610 até 1643. Ele não foi lá um grande rei e quem fez de seu reinado importante, na verdade, foi o seu ministro de Estado, o cardeal Richelieu (1624-1642), que tentava enfraquecer cada vez mais a nobreza e aqueles que eram contrários ao rei. Graças a ele a França se tornou uma grande potência na Europa da época. Chegou até a colocar a França numa guerra, chamado “Guerra dos trinta anos”, que eram guerras essencialmente religiosas espalhadas pela Europa, mas sua intenção era enfraquecer outra dinastia, os Habsburgos, que dominavam a Espanha.

Essas dinastias disputavam a hegemonia européia e por isso estavam em constante conflito. Paralelamente a essa guerra, Richeleu caiu, assim como Luís XIII para dar vez ao reinado de Luís XIV (1643 – 1715), também conhecido como o Rei Sol. Ele é famoso pela seguinte frase: “O Estado sou eu”. Ele transferiu sua corte para Versalhes, num baita conjunto arquitetônico e atraiu a atenção de toda Europa. Aqui o absolutismo estava no ápice.

Como ele se envolvia em muitas guerras, abalou as finanças do Estado e acabava cobrando muitos impostos da população. Isso gerava problemas, porque o povo e a burguesia ficavam descontentes, atraindo críticas e oposições.

Mas ele era radical e determinou o seguinte princípio: “Um rei, uma lei, uma fé”. Ele retirou o Edito de Nantes e começou as perseguições religiosas novamente, agora aos protestantes. Isso arruinou a economia mercantil e aí sim, o regime absolutista começou a ruir.

Luís XV e Luís XVI vieram depois, mas não conseguiram arrumar o problemão que o Luís XIV tinha causado. Um rival havia surgido para ocupar a Europa de maneira hegemônica: a Inglaterra.

Inglaterra –
Quem reinava era a dinastia Tudor (1485-1603), apoiada pela burguesia e pelo Parlamento. Importa-nos um cara chamado Henrique VIII (1509-1547), que sujeitou o Parlamento à monarquia inglesa e fundou, em 1534, a Igreja Anglicana. Seus filho teve um reinado curto e sua filha, Maria I, casou com o rei da Espanha, o Felipe II, restabeleceu o catolicismo e perseguiu os protestantes.

Quando ela morreu, quem subiu ao trono foi Elizabeth I (1558-1603) e voltou para Igreja Anglicana. Investiu no mercantilismo e na navegação.

Foi no reinado dela que começou a colonização na América do Norte, mas em 1588, Felipe II da Espanha armou uma expedição naval para atacar a Inglaterra e confirmar sua hegemonia em todo mundo. MAS... ele se deu muito mal e a Inglaterra acabou com a armada de Felipe II. Daí em diante a Espanha entrou em decadência economia e Portugal, que também fazia parte da Espanha nessa época, sofreu da mesma maneira.

A rainha morreu sem herdeiros e o rei da Escócia assumiu o trono, começava a dinastia Stuart com Jaime I.
Muitos não ficaram felizes com isso, achavam ele um estrangeiro. Como ele manteve o anglicanismo e caçou católicos e puritanos calvinistas, estes decidiram partir para “nova Inglaterra”, hoje conhecida como “Estados Unidos das Américas”.

Depois de Jaime I veio Carlos I, que decidiu dissolver o Parlamento. Isso causou uma guerra civil na Inglaterra. As conseqüências? Cabeças rolaram, o Parlamento venceu e mandou cortar a cabeça do rei.
Isso simbolizava bastante porque sepultava um princípio político central da modernidade: a idéia da origem divina do rei e de sua incontestável autoridade.

Oliver Cromwell governou até morrer, ele era um homem do Parlamento (que acabou com o Parlamento) e morreu em 1658. Os Stuarts voltaram ao poder, surge Carlos II e tenta colocar o Absolutismo novamente na Inglaterra. Seu filho, Jaime II, continua tentando a mesma coisa, mas, por questões políticas (e medo dos católicos tomarem o poder), poderosos grupos políticos começam a apoiar um cara chamado Guilherme de Orange, protestante, que invade a Inglaterra e tira o Jaime II do poder. Ele estabelece uma Monarquia Parlamentar.

Ou seja, o Parlamento mandava no rei. Esse acontecimento é chamado de “Revolução Gloriosa” (1688-89), quando é substituído o Absolutismo pela Monarquia Parlamentar Constitucional.

Paralelamente a todos esses acontecimentos e também conseqüente deles, surgem “As grandes navegações e a colonização da América e da África”.

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