Lutero fundou
uma igreja e criou para ela uma doutrina, ou seja, um conjunto de princípios.
As doutrinas
luteranas eram as seguintes:
1.
Somente a fé em Deus salva as pessoas.
2.
A Bíblia, por meio da qual Deus se revela, é a
única fonte realmente confiável.
3.
O batismo e a eucaristia são os dois únicos
sacramentos.
4.
O culto aos santos e a infalibilidade do papa
não têm fundamento.
5.
Qualquer membro da Igreja pode se casar.
O luteranismo
ganhou muitos adeptos e se espalhava rápido demais. Vale um detalhe
interessante: naquela época a impressão de livros havia sido aperfeiçoada.
Johannes Gutenbberg elaborou móveis em chumbo, o que permitia imprimir muitos
livros e a preços mais baixos. Isso contribuiu para expansão dessas novas
ideias sobre a religião.
Tantos que o
imperador do Sacro Império Romano-Germânico proibiu o culto luterano.
Os príncipes
luteranos protestaram contra essa proibição; daí o termo “protestante” para
nomear os seguidores das igrejas surgidas a partir da Reforma.
João Calvino (1509-1564)
Como Lutero,
Calvino acreditava que só a fé salva, rejeitava o culto às imagens e admitia
apenas dois sacramentos (celebrações): o batismo e a eucaristia.
Mas se
diferenciava de Lutero no seguinte: Calvino acreditava na predestinação
absoluta. Ou seja, ele acreditava no destino e na impossibilidade de alterá-lo.
Assim, alguns podiam ser predestinados por Deus à morte eterna; outros, à vida
eterna.
Para ele, se uma
pessoa enriquecia por meio do trabalho e de uma vida puritana, era sinal de que
tinha sido eleita por Deus. Vida puritana, para ele, era acordar cedo, dormir
cedo, poupar, não participar de jogos de azar, não ingerir bebida alcoólica e
dedicar-se inteiramente à oração e ao trabalho.
Esse modo de
vida é muito característico da burguesa nascente do período e que colaborou com
o desenvolvimento do capitalismo, ou seja, da relação entre as pessoas num
espaço de trabalho em que há um trabalho assalariado e a busca pelo lucro.
Calvino chegou a
se tornar um governante na cidade de Genebra, na Suíça. Ele era francês, mas
fugiu de seu país de origem porque foi acusado de heresia. Encontrou nesse novo
lugar pessoas abertas as suas ideias. Lá ele proibiu o teatro, as danças e os
jogos de carta.
Expansão Calvinista
Esse modo de
vida, estilo burguês, foi abraçada por várias pessoas em vários países que
difundiram o calvinismo. Na Inglaterra eles eram chamados de puritanos; na
França de huguenotes (significa
"confederados" - em
francês "Eidguenot"
/ ou / trata-se do nome onde se realizavam seus cultos, na “Torre de Hugon”).
A maioria da
nobreza defendia o catolicismo, já a maioria dos burgueses e alguns nobres
assumiram a doutrina protestante, que era representada na França pelas ideias
do Calvino.
Em 1570 um
decreto real garantiu aos huguenotes o direito de celebrar seus cultos em algumas
cidades do território francês. Contudo, temendo o fortalecimendo dos
protestantes, a nobreza incentivou a perseguição contra eles e em 1572 foram
mortos milhares no massacre conhecido como Noite de São Bartolomeu.
Seguiu-se um
perigo de conflitos religiosos que se estendeu até 1589, quando foi assassinado
Henrique III, o último rei da dinastia Valois, que governava a França desde
1328. A coroa passou então ao protestante Henrique Bourbon, rei de Navarra, que
se converteu ao catolicismo e assumiu o trono como Henrique IV.
Mas ele, muito
esperto, em 1598 assinou um documento conhecido como Édito de Nantes, que
garantia aos huguenotes a liberdade de culto, mesmo com o Estado francês ligado
à Igreja Católica. Isso pacificou as coisas por lá.
Essas ideias
calvinistas deram origem a várias igrejas, dirigidas por representantes eleitos
que compunham a Assembleia Geral, conhecida como presbitério. Por isso, elas
são chamadas igrejas presbiterianas.
Lição: Pesquisar sobre o dia de São
Bartolomeu (noite de 24 de agosto de 1572).
Na França, os católicos, apoiados pelo
governo francês, mataram milhares de huguenotes nas ruas de Paris. (Registro de
Giorgio Vasari)
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