domingo, 8 de abril de 2012

Luteranismo e Calvinismo

Lutero fundou uma igreja e criou para ela uma doutrina, ou seja, um conjunto de princípios.
As doutrinas luteranas eram as seguintes:
1.       Somente a fé em Deus salva as pessoas.
2.       A Bíblia, por meio da qual Deus se revela, é a única fonte realmente confiável.
3.       O batismo e a eucaristia são os dois únicos sacramentos.
4.       O culto aos santos e a infalibilidade do papa não têm fundamento.
5.       Qualquer membro da Igreja pode se casar.

O luteranismo ganhou muitos adeptos e se espalhava rápido demais. Vale um detalhe interessante: naquela época a impressão de livros havia sido aperfeiçoada. Johannes Gutenbberg elaborou móveis em chumbo, o que permitia imprimir muitos livros e a preços mais baixos. Isso contribuiu para expansão dessas novas ideias sobre a religião.

Tantos que o imperador do Sacro Império Romano-Germânico proibiu o culto luterano.
Os príncipes luteranos protestaram contra essa proibição; daí o termo “protestante” para nomear os seguidores das igrejas surgidas a partir da Reforma.


João Calvino (1509-1564)

Como Lutero, Calvino acreditava que só a fé salva, rejeitava o culto às imagens e admitia apenas dois sacramentos (celebrações): o batismo e a eucaristia.

Mas se diferenciava de Lutero no seguinte: Calvino acreditava na predestinação absoluta. Ou seja, ele acreditava no destino e na impossibilidade de alterá-lo. Assim, alguns podiam ser predestinados por Deus à morte eterna; outros, à vida eterna.

Para ele, se uma pessoa enriquecia por meio do trabalho e de uma vida puritana, era sinal de que tinha sido eleita por Deus. Vida puritana, para ele, era acordar cedo, dormir cedo, poupar, não participar de jogos de azar, não ingerir bebida alcoólica e dedicar-se inteiramente à oração e ao trabalho.

Esse modo de vida é muito característico da burguesa nascente do período e que colaborou com o desenvolvimento do capitalismo, ou seja, da relação entre as pessoas num espaço de trabalho em que há um trabalho assalariado e a busca pelo lucro.

Calvino chegou a se tornar um governante na cidade de Genebra, na Suíça. Ele era francês, mas fugiu de seu país de origem porque foi acusado de heresia. Encontrou nesse novo lugar pessoas abertas as suas ideias. Lá ele proibiu o teatro, as danças e os jogos de carta.

Expansão Calvinista

Esse modo de vida, estilo burguês, foi abraçada por várias pessoas em vários países que difundiram o calvinismo. Na Inglaterra eles eram chamados de puritanos; na França de huguenotes (significa "confederados" - em francês "Eidguenot" / ou / trata-se do nome onde se realizavam seus cultos, na “Torre de Hugon”).

A maioria da nobreza defendia o catolicismo, já a maioria dos burgueses e alguns nobres assumiram a doutrina protestante, que era representada na França pelas ideias do Calvino.

Em 1570 um decreto real garantiu aos huguenotes o direito de celebrar seus cultos em algumas cidades do território francês. Contudo, temendo o fortalecimendo dos protestantes, a nobreza incentivou a perseguição contra eles e em 1572 foram mortos milhares no massacre conhecido como Noite de São Bartolomeu.

Seguiu-se um perigo de conflitos religiosos que se estendeu até 1589, quando foi assassinado Henrique III, o último rei da dinastia Valois, que governava a França desde 1328. A coroa passou então ao protestante Henrique Bourbon, rei de Navarra, que se converteu ao catolicismo e assumiu o trono como Henrique IV. 

Mas ele, muito esperto, em 1598 assinou um documento conhecido como Édito de Nantes, que garantia aos huguenotes a liberdade de culto, mesmo com o Estado francês ligado à Igreja Católica. Isso pacificou as coisas por lá.

Essas ideias calvinistas deram origem a várias igrejas, dirigidas por representantes eleitos que compunham a Assembleia Geral, conhecida como presbitério. Por isso, elas são chamadas igrejas presbiterianas.


Lição: Pesquisar sobre o dia de São Bartolomeu (noite de 24 de agosto de 1572).
Na França, os católicos, apoiados pelo governo francês, mataram milhares de huguenotes nas ruas de Paris. (Registro de Giorgio Vasari)

Nenhum comentário:

Postar um comentário