domingo, 8 de abril de 2012

O mercantilismo no Antigo Regime (Século XVI ao XVIII)

A economia tem uma relação muito íntima com o Estado, que é um conjunto de instituições (governo, exército, funcionalismo público) que controlam e administram uma nação.

Estado (do latim status: modo de estar);
Economia (do grego oikos: lar – nomia: lei, regra);

Essa relação, nesse período, se traduzia por um movimento chamado de “Mercantilismo”.
Todo Estado buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e financeiro, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder. Isso, através do mercantilismo, que não foram idéias, nem ações, mas um conjunto de medidas variadas visando à obtenção de recursos para manutenção de um poder absoluto.

Cada Estado, na Europa, viu o que era mais adequado se fazer para praticar essas medidas mercantilistas:

Uns tentaram a exploração colonial; atrás de ouro, prata, metais preciosos;
Outros nas atividades marítimas comerciais;
Outros decidiram incentivar a produção manufatureira (limitada pela força e agilidade);
Mas se são tão diferentes, porque chamamos todas de mercantilismo? Porque apesar dessas variações haviam princípios comuns que orientaram essa política mercantil. Um desses princípios era chamado de “metalismo”.

O que é o metalismo?
Trata-se de uma concepção que identifica a riqueza e o poder de um Estado conforme a quantidade de metais preciosos que ele acumula.

Seja colonizando ou comercializando, então, todos buscavam ouro e prata a fim de abastecer seus respectivos Estados. Além disso, aqueles que comercializavam sempre tentavam vender mais que do importar. Ou seja, todos os Estados pretendiam manter uma “balança comercial favorável”.

Para fazer isso, os Estados restringiam importações impondo pesadas taxas alfandegárias, ou proibindo mesmo. A idéia era diminui o máximo possível de importação para proteger a produção nacional da concorrência estrangeira. Essa é outra medida comum do mercantilismo, que chamamos de protecionismo.
O “mercantilismo” opera nesse trinômio. Vamos pensar em alguns exemplos claros:

A Espanha, por exemplo, adotou medidas para obter metais por meio da exploração colonial na América. Eles estocavam ouro e mais ouro em seus barcos, lingotes de ouro (ouro moldado), então era claro que privilegiavam o metalismo. Esses “moldes de ouro”, os lingotes, eram chamados em inglês de bullion, daí o mercantilismo espanhol recebeu o nome de “bulionismo”.

Já na França, principalmente no século XVII, o governo procurou limitar as importações e aumentar as exportações estimulando as manufaturas, especialmente aquelas voltadas para artigos de luxo. Criou também várias companhias de comércio. Chegou até mesmo a contratar piratas para acabar com o comércio dos outros Estados e roubar ouro para coroa francesa. Esses piratas eram chamados de corsários. O maior defensor dessa política francesa foi um cara chamado Colbert, ministro do rei Luís XIV. Esse mercantilismo francês foi chamado de “colbertismo” em homenagem a ele, já que foi um grande defensor dessas medidas.

Na Inglaterra, a política mercantilista era chamada de comercialista e, mais tarde, de industrialista. Não é por acaso que a “Revolução Industrial” vai acontecer na Inglaterra antes de todos os outros lugares. Eles investiam pesado em manufaturas, principalmente em tecelagens de lã. Como produziam muito, podiam vender muito e exportavam graças aos investimentos pesados que faziam na frota naval e na marinha mercante. Fora que não aceitava qualquer coisa entrando em seu país para ser comercializado.

Isso tudo aconteceu graças, principalmente a Espanha e a um outro país, bem pequeno, mas que foi pioneira na expansão ultramarina e se beneficiava de ouro e açúcar nas novas terras que haviam sido descobertas. Portugal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário